A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aprovou nesta quinta (8) o reajuste anual dos planos de saúde individuais e familiares que, pela primeira vez na história, vai ser negativo. O índice para este ano é de -8,19%.
Segundo a agência, o número é reflexo da redução dos procedimentos e despesas do sistema em 2020.
A taxa de sinistralidade das operadoras caiu em 2020, já que os procedimentos eletivos, como cirurgias e exames sem urgência, foram adiados por causa da pandemia. O cenário foi usado como base pela ANS, que considera as despesas do ano anterior para calcular o novo reajuste.
O reajuste negativo era previsto há meses e sofreu muita pressão contrária do setor.
Após a decisão da ANS, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) disse que o desconto obrigatório é preocupante para a sustentabilidade dos negócios.
"A aplicação de um índice negativo ampliará ainda mais esse desequilíbrio, o que poderá condenar permanentemente a existência dessas operadoras e a continuidade desses planos", diz.
Para a Abramge, o cálculo que levou ao reajuste negativo foi baseado em um ano com ambiente de previsão econômica excessivamente volátil, que foi 2020 por causa da pandemia.
A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), outra associação do setor, afirma que o custo dos planos de saúde com as despesas assistenciais dos pacientes já retomou o nível pré-pandemia.
"A alta dos procedimentos tende a continuar a ter reflexos expressivos nos custos assistenciais nos próximos meses, portanto, com efeitos sobre os preços das mensalidades a serem praticados no próximo ciclo de reajuste em 2022", diz a entidade.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
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