O setor de turismo viveu um déjà-vu nesta semana quando recebeu a notícia de que o Ceará decidiu exigir comprovante de vacinação completa ou teste de Covid negativo dos viajantes para frear a variante delta.
Empresários de hotelaria e viagens dizem que não haviam sido informados dos planos e foram pegos de surpresa, o que gerou um receio de que os estados voltem a adotar diferentes restrições de circulação e de funcionamento para os estabelecimentos, como no ano passado.
A Anac diz que foi intimada da decisão pela 1ª Vara Federal do Ceará nesta quinta (12) e entrou, junto com a União, com pedido de suspensão de liminar. Segundo a agência, o pedido foi feito com a União porque a Anac não tem legitimidade e competência em matéria sanitária.
Nas aéreas, a mudança ainda não foi determinada. Gol e Latam afirmam que a documentação para embarcar rumo ao Ceará permanece inalterada e que ainda não houve notificação oficial. A Azul também diz que a medida ainda não está valendo e que segue acompanhando.
Eduardo Sanovicz, presidente da Abear, associação do setor aéreo, diz que segue as orientações da Anac e da Anvisa. “A imunização está avançando, inclusive com o nosso transporte das vacinas. Continuamos operando, seguindo os protocolos rigorosamente. Para outras atitudes, cabe à agência definir o que devemos fazer”, afirma.
Para Manoel Linhares, presidente da Abih (associação da indústria de hotéis), a exigência do teste pode encarecer as viagens e comprometer a recente retomada. “A prevenção é importante, mas o governo tem de dar condições de bancar. Para uma família de cinco pessoas com filhos que ainda não se vacinaram, os testes custam o preço de uma passagem”, diz.
com Mariana Grazini e Andressa Motter
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.