Depois de passar a semana inteira analisando o movimento dos grandes varejistas e consumidores na preparação para a Black Friday deste ano, o presidente do Reclame Aqui, Edu Neves, concluiu que se trata de uma "Black Friday da mercearia".
Ele desenha um cenário em que as empresas não conseguiram oferecer grandes descontos em itens de maior tradição como eletroeletrônicos, e os clientes estão com pouco dinheiro no bolso para gastar.
A característica mais forte do evento deste ano parece ser a demanda por bens de consumo de giro rápido, em uma tentativa dos consumidores de antecipar as compras do mês, aproveitando a liquidação para reduzir a despesa com comida, bebida, itens de higiene e limpeza.
Típico dos tempos de pressão inflacionária, esse comportamento de estocar produto em casa (antes que suba o preço) contagiou a semana de promoções.
"A gente percebeu que nos produtos de maior valor, como TV e refrigerador, os descontos não estão muito atrativos. As pessoas estão comprando lenço umedecido e salgadinho em promoção. As empresas estão colocando os descontos nos itens de maior margem", afirma Neves.
Uma das novidades na Black Friday de 2021 foi que os produtos de consumo ganharam destaque em relação aos bens duráveis no ranking das queixas do Reclame Aqui. Surgem relatos sobre a compra de perfume, xampu e outros itens de supermercado.
Desde as 12h de quarta-feira (24) até as 6h desta sexta (26), o Reclame Aqui registrou 5.678 reclamações ligadas à Black Friday de 2021.
Assim como em 2020, as gigantes do comércio eletrônico lideram o ranking de queixas.
com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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