Faltando poucas semanas para a saída de Henrique Meirelles da Secretaria da Fazenda de São Paulo, o governo estadual patina para encontrar um substituto, e um dos motivos para o impasse é a tônica que o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) pode dar à gestão quando assumir a cadeira depois que João Doria sair para disputar a Presidência.
A cautela de quem avalia os convites para embarcar no governo é, antes, entender como Rodrigo Garcia pretende orientar sua campanha para ficar no Palácio dos Bandeirantes.
Com o campo da esquerda superlotado por candidatos como Fernando Haddad, Marcio França e Guilherme Boulos, sobra a faixa da direita mais livre para Rodrigo Garcia. Porém, ele terá de disputar espaço com Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura de Bolsonaro, que pode atrair o eleitorado anti-Doria, na esteira da guerra instalada entre o presidente e o tucano.
Até Geraldo Alckmin, que segundo a pesquisa Datafolha de dezembro lidera com folga, hoje tem seu nome costurado ao do ex-presidente Lula nas conversas para a chapa presidencial, o que lhe tira a chance de explorar o antipetismo.
Para quem avalia a vaga na secretaria e observa esse xadrez, é preciso estudar todas as possibilidades antes de entrar, inclusive, a hipótese de ver, lá na frente, Rodrigo Garcia abandonar Doria para agradar o eleitorado com rejeição ao parceiro tucano.
Seria uma reedição do que o próprio Doria fez em 2018 com seu então correligionário Alckmin, que concorria à presidência com resultados acanhados nas pesquisas.
com Andressa Motter e Ana Paula Branco
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