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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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GM demite líderes sindicais e deflagra reação em cadeia

Centrais afirmam que montadora infringiu regra constitucional que garante estabilidade à categoria

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São Paulo

As centrais sindicais acusam a General Motors de perseguição a sindicalistas empregados na montadora. Há uma semana, dois dirigentes foram demitidos pela montadora, ferindo o direito constitucional de estabilidade dado aos representantes trabalhistas

Os demitidos foram Luiz Carlos Prates, conhecido como Mancha, dirigente da CSP-Conlutas, e Gilvan Miranda Landim, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano. Mancha tinha 35 anos de serviço na companhia e na última eleição foi candidato do PSTU ao Senado por São Paulo.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (17), centrais como a CUT, Força Sindical e UGT afirmaram que a GM desrespeita a liberdade sindical no Brasil.

Fachada do portão 1 da GM em São Caetano (SP)
Fachada do portão 1 da GM em São Caetano (SP) - Rivaldo Gomes/Folhapress

Em nota, a GM afirmou que o motivo dos desligamentos se deu por aposentadoria e disse que "cumpre rigorosamente a legislação brasileira em todos os processos de desligamento de empregados".

Em entrevista ao Painel S.A., Luiz Carlos Prates, o Mancha, disse que "é tudo conversa fiada" da montadora.

Como a GM justificou sua demissão? Uns 15 dias atrás eles demitiram algumas pessoas. Nós [dirigentes sindicais] nunca concordamos com qualquer tipo de demissão, achamos que o mínimo que deve ser feito em algum tipo de demissão é abrir PDV [plano de demissão voluntária], como existe em outras montadoras. A alegação deles é de que já passou bastante tempo e que queriam dar fim ao meu contrato. Falei que nós da direção da central temos estabilidade no emprego. Eles disseram que a companhia não reconhece, mas é conversa fiada, porque já estou na direção da central há pelo menos 7 anos e ele sabem disso, eles são sempre comunicados.

Após a demissão, você chegou a conversar com a direção da GM? Não. Eles me demitiram, eu assinei a carta de demissão, que é um ato formal de demissão e segundo o meu advogado era preciso fazer, mas coloquei que tinha desacordo e dei mais nenhum passo em relação a consolidar a demissão. São duas discussões que queremos levantar agora.

Quais são elas? Uma é o ataque à liberdade sindical. A outra é a garantia aos trabalhadores em geral de estabilidade no emprego, como já tem em diversos locais e diversas montadoras, para que a GM não faça demissões sem um PDV, ou algo que seja vantajoso para o trabalhador.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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