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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu tecnologia 5g internet

Por 5G, teles e fabricantes pressionam para reverter decisão da Anatel

Setor quer que destinação para wifi público e gratuito seja cancelada e que megabloco de licenças fique reservado para novo leilão

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Brasília

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, deu um ultimato aos fabricantes de roteadores wifi-6, que operam em uma frequência que pode ser usada para o 5G.

Frequências são avenidas no ar por onde as operadoras fazem trafegar seus sinais. Fora deles ocorrem interferências.

Em setembro, o chefe da agência brasileira viajou para os EUA, onde estão sediadas as principais empresas do ramo, e ameaçou reverter a decisão da agência que destinou, sem custos, as faixas para o serviço –mesmo se indispondo com as operadoras, que queriam que esse espectro (como é chamada a reserva de frequências fora de uso) ficasse reservado para novo leilão de 5G, bem lá no futuro.

A tecnologia 5G começou a ser implementada no Brasil em agosto
A tecnologia 5G começou a ser implementada no Brasil em agosto - Marcelo Camargo - 05.mai.2022/Agência Brasil

Baigorri disse diretamente aos presidentes das empresas, com Qualcomm e Cisco, e dirigentes do FCC, a Anatel dos EUA, que o país não pode ficar à espera da massificação de aparelhos ao público em geral por tanto tempo.

Segundo ele, o sinal está aberto, pode ser usado sem custo pelas empresas em todo o território nacional desde 2020. Até o momento, no entanto, não há equipamento disponível no mercado para uso pessoal.

"Existem somente seis modelos licenciados, mas para uso empresarial", disse Baigorri à coluna. "Se você tiver ouro e for numa rede varejista comprar um roteador de wifi-6 para sua casa, não vai conseguir."

Essas frequências foram liberadas no momento em que a Anatel aprovou as regras para o leilão do 5G.
No caso do wifi-6, a agência decidiu liberar 1.200 MHz (megaherzt) para serem explorados e liberados sem custos para as empresas. Bastaria que se habilitasse para a prestação do serviço.

O assunto virou um cabo de guerra comercial. De um lado, as operadoras e os grandes fabricantes de equipamentos, como Huawei, Ericsson, Nokia, querem contar com essa frequência de 6 GHz (gigahertz) no futuro para uma possível nova rodada destinada ao 5G.

Do outro lado, estão basicamente fabricantes americanas, que ganhariam com a venda de aparelhos wifi-6.

O grupo que defende a destinação dessa faixa para o 5G –e, por tabela, o fim do sinal grátis de wifi para a população por pequenos provedores aguarda a próxima reunião da UIT, braço da ONU para as telecomunicações, que ocorre em novembro de 2023.

Segundo Baigorri, há chances de que seja definido o padrão mundial para essa frequência.

Se a maioria dos países-membros votarem pela destinação dessa faixa para o 5G, a Anatel terá de cancelar sua decisão sobre o wifi-6 –como querem os grandes competidores do mercado.

Brasil e EUA foram os primeiros países a decidirem pela priorização do wifi nesse bloco, forma de levar sinal de internet em quinta geração para os menos favorecidos por meio de pequenos provedores.

Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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