O governo gaúcho quer impulsionar o uso de hidrogênio como insumo de fábricas e até como combustível de caminhões.
Segundo o secretário-chefe da Casa Civil do estado, Artur Lemos, a ideia é, em um primeiro momento, substituir os gases nas refinarias [por hidrogênio]. Também passaria a ser utilizado na produção do metanol e de fertilizantes.
Para a década de 2030, o governo estima que o insumo deve abastecer veículos para o transporte rodoviário de carga, deixando de lado o diesel.
"Esse é o mais complexo, porque eu tenho que mudar toda a situação de infraestrutura logística de abastecimento", disse Lemos à coluna.
De acordo com o secretário, essa mudança deve ser feita aos poucos, dos setores menos complexos àqueles que demandam mais esforços.
Para isso, o governo gaúcho contratou a consultoria da empresa americana McKinsey & Company para elaborar um estudo, que deve ser divulgado em janeiro, sobre a inserção do hidrogênio na matriz energética.
O objetivo é tornar o Rio Grande do Sul, que tem como meta neutralizar o carbono local até 2050, autossustentável em energia e elevar a contribuição do estado no SIN (Sistema Interligado Nacional).
A iniciativa acontece no momento em que a indústria pressiona o presidente eleito, Lula, para recuperar a competitividade do setor, que foi abalada durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Entre as demandas, o segmento pede a aprovação de um marco legal para o uso do hidrogênio como insumo da indústria —que consideram ser menos poluente e mais eficiente. Além disso, querem uma nova norma para o mercado de carbono e compensação àqueles que investem em energia limpa.
Julio Wiziack (interino) com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix
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