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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Congresso Nacional

Reunião na Câmara reacende impasse sobre piso da enfermagem

Audiência pública vai reunir representantes do governo, hospitais privados e enfermeiros nesta terça (18)

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São Paulo

A audiência pública que vai debater o piso da enfermagem na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (18) deve esquentar a queda de braço entre hospitais e trabalhadores, que pressionam pela liberação dos novos salários.

A expectativa dos hospitais privados é encontrar uma forma de subsidiar o aumento salarial, mas também discutir questões tributárias que impactam o setor neste momento. O piso foi suspenso pelo STF em setembro, menos de um mês após a sanção de Bolsonaro.

Profissionais de saúde levam paciente em hospital de Araraquara, no interior de São Paulo
Profissionais de saúde levam paciente em hospital de Araraquara, no interior de São Paulo - Rubens Cavallari - 11.mar.2021/Folhapress

A CNSaúde, representante de parte dos hospitais privados e autora da liminar que freou o piso no ano passado, diz que o governo precisa levar em consideração o cenário de crise no setor privado, responsável por empregar mais de 60% dos enfermeiros do país. Marcos Ottoni, diretor jurídico da confederação, diz que nenhuma das soluções que foram propostas pelo Congresso e pelo governo contemplam o setor privado.

"O impacto da empregabilidade e da assistência, no caso do setor privado, é muito intenso. Se o governo seguir arrumando uma fonte de custeio para o setor público e ignorar o privado, o problema vai permanecer", diz Ottoni.

Marco Aurélio Ferreira, diretor de relações governamentais da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados), afirma que temas como a desoneração da folha de pagamentos, a alta sinistralidade no setor dos planos de saúde e a desigualdade dos salários pagos regionalmente deveriam pautar as discussões sobre o piso.

A FNP (Frente Nacional dos Prefeitos), que também vai participar da audiência, defende que a regulamentação do uso dos recursos do superávit dos fundos, se baseie em critérios de acordo com o número de profissionais de enfermagem de cada cidade, segundo Dário Saadi, prefeito de Campinas e vice-presidente de saúde da FNP.

Solange Caetano, da FNE (Federação Nacional da Enfermagem), diz que a maior expectativa dos trabalhadores é a de que o projeto de lei prometido pelo governo Lula seja votado pelo Congresso ainda nesta semana. Existe uma sinalização de que com a volta de Lula da viagem pela China e Emirados Árabes, o tema ganhará um novo projeto em Brasília. Os enfermeiros esperam que, após a aprovação, o Ministério da Saúde publique uma portaria destravando os recursos e o Congresso peticione ao STF pedindo a revogação da liminar que suspendeu o piso.

Joana Cunha com Paulo Ricardo Martins e Diego Felix

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