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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu alimentação

Brasileiro 'demoniza' o leite, mas não deixa o queijo

Levantamento indica queda persistente do consumo de leite animal e alta de derivados sem lactose ou de origem vegetal

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Brasília

O leite perdeu espaço na mesa do brasileiro. Levantamento da consultoria A&M mostra que a queda se deve, além da falta de dinheiro, ao aumento da intolerância à lactose e à preferência por alimentos "mais saudáveis". Muitos ainda consideram a bebida inflamatória.

A opção, no entanto, parece ser psicológica já que o queijo se consolidou na preferência nacional. O Brasil já ocupa a quarta colocação entre os maiores consumidores do mundo, segundo a consultoria.

Pessoa corta uma fatia de queijo minas
Apesar da intolerância ao leite, queijo segue na mesa do brasileiro - Divulgação

Desde 2022, a queda do consumo nacional de leite (incluindo cremes e excluindo iogurtes) vai gerar perdas anuais médias de R$ 22 bilhões para a indústria.

No acumulado, será uma redução de 14% nas vendas que, entre 2014 e 2021, já encolheram 11%.

Os dados mais recentes da Abraleite, que reúne os principais produtores, mostram que a captação foi de 7,7 bilhões de litros, em 2021, queda de 3,5% em relação ao ano anterior. Somente nesse período, quase 2 mil produtores deixaram a atividade. Em 1996, quando a entidade começou a compilar seus dados, eram 207 mil produtores. Hoje, eles somam 31.596.

Em contrapartida, outros lácteos, principalmente de origem vegetal (castanhas, por exemplo), vêm ganhando tração em vendas. As projeções indicam alta de 24,5% entre 2022 e 2025 –um crescimento anual médio de R$ 12,7 bilhões no período.

A intolerância à lactose, que, segundo a OMS, deve afetar 70% dos brasileiros, está gerando uma mudança na indústria.

Segundo a consultoria da A&M, já é possível ver no mercado iogurtes mais naturais e funcionais com benefícios como grãos, alto teor de proteína, menor percentual de gordura e zero adição de açúcar.

Há também linha de queijos artesanais, cream cheese nas versões tradicional e light e bebidas à base de aveia, ervilha e amêndoa.

Segundo Maurício Pela, diretor da A&M e coordenador do levantamento, os hábitos de consumo mostram tendências claras.

"Existem algumas hipóteses para essa mudança, como a redução da renda familiar, preocupação com a saúde, porque o leite é dado como inflamatório, busca por produtos substitutos como produtos sem lactose e sem glúten e a busca por produtos especializados", diz.

Com Diego Felix

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