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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu transporte público

Está pior do que licitação, diz MPF sobre abertura de mercado pela ANTT

Procuradora afirma que modelo proposto pela ANTT só libera preços e cria barreiras à entrada de novas empresas de ônibus interestaduais

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São Paulo e Brasília

O MPF (Ministério Público Federal) afirma que a proposta de abertura de ônibus interestaduais em curso na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) é pior do que a de licitação pública, que limita rotas, serviços e tarifas.

Em ofício ao superintendente de serviços de transporte rodoviário da agência, Juliano de Barros Samôr, a procuradora Anna Carolina Resende Maia Garcia avalia que a proposta de marco regulatório impõe barreiras para a entrada de novos concorrentes.

Movimentação no terminal rodoviário Barra Funda, em São Paulo
Movimentação no terminal rodoviário Barra Funda, em São Paulo - Jardiel Carvalho - 30.out.2022/Folhapress

Para ela, o texto cria uma "reserva de mercado incompatível com o regime de autorização". O usuário ficará restrito aos mesmos serviços e obrigado a pagar preços definidos livremente pelos operadores.

Em sua avaliação, esse modelo seria pior do que a licitação, em que o poder público faz a concessão da linha, fixa as tarifas e determina critérios para o funcionamento das empresas.

"O usuário fica no pior dos mundos, sem opção de escolha nos mercados principais, sem garantia da prestação do serviço nos mercados secundários e obrigado a pagar o valor fixado livremente pelo operador", diz a procuradora.

Outro ponto de reclamação mira o critério de inviabilidade econômica adotado para avaliar a entrada de novas empresas nas linhas.

Por ele, os interessados teriam que equiparar suas receitas com as de empresas estabelecidas. Além disso, esse critério só estaria ligado às linhas principais, deixando de lado rotas secundárias, que poderão ficar desassistidas.

A minuta também cria processos seletivos anuais para o ingresso de novos operadores, o que contraria a lógica do regime de autorizações. Essa abertura anual estaria limitada a 20% do mercado.

A posição do MPF reforça a do Ministério da Fazenda que, em junho, vislumbrou risco de formação de monopólios ou oligopólios no setor.

A pasta afirma que muitas empresas fizeram "divisões quase geográficas" para preservar seus territórios de atuação e criar sistemas de "proteção mútua". Por isso, defende que a abertura do mercado seja irrestrita.

Com Diego Felix

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