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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu inflação

Prejuízos do Magazine Luiza criam pressão extra na disputa com Kabum!

OUTRO LADO: Magalu afirma que cumpre os termos do contrato de compra da rede de games e tecnologia; fundadores querem reverter o negócio

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Brasília

O anúncio de prejuízo do Magazine Luiza pelo segundo trimestre consecutivo aumentou a preocupação dos sócios do Kabum!, e-commerce especializado em games e produtos de tecnologia, em chegar a um desfecho na disputa com a varejista.

Leandro e Thiago Ramos, fundadores do Kabum!, tentam reverter a venda, realizada em 2021. Ambos afirmam não ter recebido o combinado até o momento. O Magalu nega veementemente.

"É inverídica a afirmação de que a empresa não honrou com qualquer cláusula do contrato de compra do Kabum", disse a varejista. "O Magalu fez dezenas de aquisições ao longo de sua história e sempre cumpriu rigorosamente todos os compromissos assumidos."

Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu, durante a 30ª Liquidação Fantástica
Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magalu, durante a 30ª Liquidação Fantástica - Adriano Vizoni - 06.jan.2023/Folhapress

Documentos enviados à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e divulgados ao mercado mostram que o pagamento da primeira parcela (R$ 1 bilhão) foi efetivado. Também ocorreu a efetivação da segunda parcela, a transferência de 75 milhões de ações do Magalu.

A última etapa envolve a transferência de mais 50 milhões de ações, desde que o Kabum! cumpra determinadas metas pré estabelecidas, o que será apurado no fim deste ano.

Consultados novamente pela coluna após a publicação da reportagem, os irmãos Ramos afirmaram que receberam R$ 1 bilhão em dinheiro e ações cujo valor não alcançou R$ 3,5 bilhões, cifra estabelecida como total para a transação.

Afirmam, com base em contratos e troca de mensagens, haver previsão na "carta-proposta" e em um anexo do contrato assinado a definição de que o negócio foi fechado por R$ 3,5 bilhões, independente da quantidade de ações.

Ambos exigem o cumprimento do contrato assinado com a varejista ou o cancelamento do negócio.

O Magalu informa que o contrato é claro e o valor das ações foi acertado no momento da assinatura do contrato. Somente a última parcela, que envolve 50 milhões, está atrelada ao índice de desempenho.

Sem detalhar essa meta, a empresa afirma que, caso não seja atingido, não haverá pagamento, conforme prevê o contrato.

A varejista nega que a operação tenha valor total pré-definido.

Como não houve consenso, o caso será decidido em um processo de arbitragem que tramita em São Paulo no momento.

No segundo trimestre deste ano, o Magalu teve prejuízo de cerca de R$ 200 milhões no segundo trimestre, segundo anúncio ao mercado nesta segunda (14). No primeiro trimestre, o resultado negativo foi de R$ 391 milhões.

Esse desempenho reflete o desempenho reflete a concorrência com a China e a situação ruim para o varejo do país e isso prejudica o desempenho do Magalu e, por consequência, o valor das ações.

Com Diego Felix

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