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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu internet Meta

Teles querem cobrar mais de quem consome muito vídeo na internet

Presidente da Vivo, Christian Gebara afirma que as companhias discutem uma compensação de gigantes como Google e Meta

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Brasília

O presidente da Vivo, Christian Gebara, afirma que as teles discutem com a Anatel o pagamento, por gigantes como Google e Meta, pelo consumo excessivo de vídeos.

Para ele, o país tem de fazer uma escolha, pois o setor não pode mais investir em redes para atender a essa demanda sem deixar de lado áreas carentes.

Homem sorri enquanto faz pose, o fundo da imagem é todo escuro
Christian Gebara, CEO da Vivo - Divulgação

O setor tenta isso há mais de uma década. Acha mesmo possível?
Não dá mais para manter um investimento tão alto com receitas crescendo abaixo da inflação. Isso não é sustentável para cobrir os objetivos do país com a digitalização. É importante discutir isso agora, porque o país ainda precisa ter cobertura.

São contra o aumento de vídeos na rede?
Hoje, 53% das redes transmitem o conteúdo das grandes do ramo, como Meta e Google. O problema é que não somos remunerados pelo uso excessivo desse conteúdo. Se eu tiver de investir cada vez para atender a essa demanda, como ficam as minhas obrigações de cobrir áreas hoje desassistidas?

O crescimento é assim tão elevado?
Investimos R$ 9,5 bilhões em 2022 e, neste ano, serão mais R$ 9 bilhões, a maior parte para dar conta dos dados, que aumentam mais de 25% ao ano com vídeos.

Como avança essa discussão?
A Anatel abriu o debate e já recolheu contribuições.

Como funcionaria na prática?
Cobraríamos a mais de quem consume entre 5% e 7% do nosso tráfego total. Outra opção seria isenção, desde que haja compressão dos dados.

Por que isso é uma questão de governo?
Somos o segundo país em horas no streaming, o quinto em usuários de redes sociais. Ok, maravilhoso. Mas também somos um país com números baixíssimos de prontuário eletrônico nas redes de saúde e de dispositivos digitais nas escolas e nas casas dos estudantes. Temos também uma baixa penetração de cartões de crédito ou de inclusão financeira.

Não é um problema de renda?
Há dezenas de milhões de pessoas que têm cobertura e não têm acesso à internet. Por quê? Eles não têm capacidade de comprar um smartphone e a renda é tão baixa que não conseguem adquirir um plano por mais que o nosso serviço de entrada seja barato [R$ 30 por mês]. Então, a queda do imposto é significativa.

Mas o setor não foi considerado essencial na Reforma Tributária.
Mas foi na pandemia, quando tivemos aumento de receita. E não acho que houve queda de arrecadação.


Raio-X | Christian Gebara, 50

Formação: Administração de empresas pela FGV com MBA pela Stanford University (EUA)

Carreira: começou na McKinsey, mas fez carreira na Telefónica, onde, desde 2006, ocupou diversos cargos relevantes na matriz, na América Latina e no Brasil.

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