As percepções dos deputados sobre o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e da agenda econômica do governo ficaram mais positivas na Câmara dos Deputados em menos de três meses.
Segundo levantamento da consultoria Vector Research com 93 deputados, de maio para agosto houve recuo de quase 26 pontos percentuais entre os parlamentares que discordavam totalmente da agenda econômica proposta por Haddad.
Em maio, o bloco de descontentes representava 53% da pesquisa, caindo para 27,3% neste mês.
Na primeira pesquisa realizada pela Vector, a desconfiança partia principalmente dos partidos de direita, como o PL e Novo, e parte do centrão. Na pesquisa mais recente, todos os blocos políticos demonstraram maior convergência com a agenda do governo, principalmente os deputados do centrão.
Pesou nesse descolamento de opiniões os bons resultados econômicos do país e a liberação recorde de emendas parlamentares, que em julho ultrapassou a cifra dos R$ 11,8 bilhões.
De acordo com a Vector, o partido que mais demonstrou alinhamento nos últimos meses foi o PP, que em maio discordava 100% da pauta econômica e agora 66% da bancada entrevistada diz concordar com Haddad.
A sigla, liderada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pleiteia no governo espaços em ministérios e órgãos públicos.
Reforma Tributária
Em maio, o clima entre aqueles que apostavam na votação da Reforma Tributária ainda neste ano era levemente maior para o não (48,8%) do que para o sim (45%). Na pesquisa de agosto, o cenário inverteu, com 73,6% de deputados acreditando na aprovação da pauta e 19% não.
Houve uma melhora significativa de percepção mesmo entre os deputados de siglas como MDB, PSD, Republicanos e Podemos, que eram os mais céticos em maio.
Entre os deputados entrevistados, o tema que mais impede a aprovação da reforma neste ano é a "divergência de interesses de setores, classes ou governos estaduais". Em seguida estão a possibilidade de elevação da carga tributária, falta de transparência e clareza no debate.
A Vector também mediu a temperatura dos parlamentares sobre as chances de aumento da carga tributária e as opiniões se dividiram, sendo que o grupo que aposta em aumento de impostos é ligeiramente maior.
Temas adicionais à reforma como a tributação de lucros e dividendos, tributação de fundos exclusivos de investimento, extinção do mecanismo de juros sobre capital próprio e o fim do abatimento de gastos em saúde e educação do imposto de renda são vistos como pouco prováveis de serem aprovados neste ano.
Com Diego Felix
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