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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Banco Central Selic juros

Bancos querem avançar em proposta do BC para o parcelado sem juros

Presidente da Febraban diz que setor não aceita somente teto para juros do cartão; proposta de limite de parcelas facilita próxima rodada de discussões

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Brasília

O presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Isaac Sidney, sinalizou disposição do setor em avançar nas discussões em torno da proposta do Banco Central de limitar em 12 vezes o parcelamento sem juros das compras no cartão de crédito.

"Considerando que o próprio BC pontuou que a limitação em 12 meses das compras parceladas no cartão era ponto de partida, avalio que a proposta se mostrou bem-vinda para iniciarmos a construção de um entendimento", disse Sidney ao Painel S.A.

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Isaac Sidney, presidente da Febraban - 29.mai.2023-Marlene Bergamo/Folhapress

Sidney afirmou ainda que a entidade não aceitará somente um limite no teto de juros, uma das propostas em discussão no BC.

"Tenho dito que a Febraban apenas emprestará o seu apoio por soluções estruturais, que passem pela criação de limites no parcelado das compras, por entendermos que essa ferramenta não pode continuar sendo uma alavanca para o superendividamento. Por isso, não daria para aceitarmos apenas teto de juros, sem atacar causas relevantes da inadimplência das famílias."

O posicionamento dos bancos gera controvérsia. Entidades ligadas ao comércio e às maquininhas de pagamentos afirmam que seus dados mostram que não há relação entre o parcelamento de compras sem juros no cartão e o endividamento das famílias.

A proposta do BC foi apresentada nesta segunda (16) pelo presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto. Ele se reuniu com representantes do comércio, bancos e setores do cartão de crédito em São Paulo.

A Febraban disse que participou da reunião e que o regulador, por motivos prudenciais, entendeu que, para o reequilíbrio de longo prazo da dinâmica dessa cadeia, será necessário promover ajustes nas duas pontas da equação: nos juros cobrados no rotativo e no prazo do parcelado sem juros.

Foi o primeiro encontro desde que o Congresso aprovou um projeto de lei que busca reduzir os juros do rotativo — a linha de crédito mais cara do mercado. O texto, no entanto, não faz nenhuma menção às compras parceladas e não manda restringir as compras parceladas sem juros no cartão.

A tentativa de mediação se dá em meio ao debate sobre os altos juros do rotativo do cartão de crédito, que atualmente estão em 445,7% ao ano.

Com Diego Felix e Fernanda Brigatti

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