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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu indústria Natal

Vendas para Dia da Criança definirão encomendas para o Natal na indústria de brinquedos

Synésio Batista, da Abrinq, diz que a semana será decisiva para o resultado do ano no setor

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São Paulo

A indústria nacional de brinquedos pode fechar o ano com um crescimento de 4,5% ou com um resultado negativo de 2%. O fiel da balança será a próxima semana, nos dias que antecedem a comemoração do Dia da Criança na quinta (12).

Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq (Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos), diz que o setor está animado. As vendas feitas agora definem a demanda da indústria para o Natal.

Homem branco, calvo, de terno e gravata, fala em um púlpito diante de um microfone
Synésio Batista, presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) - Clauber Cleber Caetano-25.fev.22/PR

Qual a expectativa com o Dia da Criança neste ano?
O consumidor deixa para a última hora. Até o dia 10, não vai acontecer muita coisa. Nós vendemos, da fábrica para a loja, no país inteiro, 15 mil pontos de venda, 12% a 13% a mais. Tem linha de produto que a gente suou para vender igual ao ano passado. Quando a gente soma todas as linhas de fabricação brasileira, de 400 fábricas, aí vendemos 5% a mais em média.

A semana da criança representa 35% das vendas do ano. Se o consumidor for lá e comprar, a gente tem reposição para o Natal. Se comprar pouquinho, não fabrico para o Natal e termino o ano com uns 2% a menos. O Natal tem 30% da venda do ano, mas aí tem roupa e sapato disputando o mesmo orçamento familiar.

Tem alguma categoria que a indústria precisou investir mais neste ano?
As bonecas são imbatíveis. Neste ano nós lançamos 1.200 brinquedos novos. Se não tiver novidade, a criança nem dá bola. E a gente ainda tem excesso de estoque, que vem desde 2020, na pandemia.

Na pandemia, a participação da indústria nacional cresceu. Isso se mantém?
A gente começou 2019 com 51% de share para a indústria nacional. Vamos terminar 2023 com 72% de share. E o melhor, temos 45 mil funcionários e não há nenhuma demissão planejada e nem a caminho.

Se vender pouco agora, e os pedidos para o Natal caírem, a indústria fecha o ano com queda de 2%. E qual é a projeção positiva?
Queremos 3,5% a 4,5%, o que é ótimo, porque fizemos grande investimento para fabricação de novos produtos. O Natal é um fato decisivo para nós e ainda não conseguimos prever. Mas estamos animados.

A isenção para importados até US$ 50 no Remessa Conforme é uma preocupação da indústria de brinquedos?
O consumidor vai importar quinquilharia baratinha que não tá certificada pelo Inmetro, ou seja, sem norma de segurança, que não foi para laboratório. Chega aqui, essa criança se contamina, se machuca, vão dizer que ela se contaminou com brinquedo. Ninguém vai dizer que foi importado pela Shopee, que não tinha testes no Inmetro.

A Abrinq já levantou essa preocupação com regras técnicas em outros momentos. Há avanço na discussão com o governo?
Antes do Remessa Conforme, o governo não tinha como reclamar ou normatizar esse assunto. O comércio eletrônico é muito novo. Admito que há boa vontade no governo em resolver isso, só não sei quando.


RAIO-X | Synésio Batista da Costa, 67

Economista, é presidente da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) e da Fundação Abrinq, que atua na defesa dos direitos de crianças e adolescentes; é articulador de temas de interesse da indústria com outros setores, em Brasília (DF)

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