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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Consultoria do BNDES diz que energia de Angra 3 já é viável

Estudos indicam que custo da unidade de energia gerada seria de R$ 500, patamar definido para que seja concluída

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Brasília

O Planalto aguarda a comprovação, pelo BNDES, de que será possível viabilizar a produção de energia a preços competitivos para tirar o projeto de Angra 3 da gaveta.

A informação foi confirmada por representantes de fornecedores envolvidos e por técnicos do banco, que hoje monitora o projeto. Em 2021, o BNDES contratou um consórcio liderado pela Tractebel para a retomada do projeto.

Segundo relatos, já seria possível produzir 1 MWh (megawatt-hora) em Angra 3 abaixo de R$ 500, patamar definido pelo governo como "nota de corte" para a continuidade da obra. Contudo, não está definido se o governo dará sinal verde para que a usina nuclear seja mesmo concluída.

Imagem mostra usina sendo construído a beira-mar
Vista geral das obras da usina termelétrica nuclear (UTN) Angra 3, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro - Divulgação/ Eletronuclear

O valor é muito abaixo dos R$ 2.000 por MWh cobrados atualmente de usinas térmicas para o fornecimento de energia emergencial na região Norte, algo que vem motivando o Ministério de Minas e Energia a pisar no acelerador do programa nuclear.

Joia do programa nuclear brasileiro conduzido pela ENBPar —braço estatal que reúne as empresas desmembradas da Eletrobras na privatização— Angra 3 precisará de mais R$ 20 bilhões para ficar pronta.

A obra foi interrompida duas vezes. A paralisação mais recente ocorreu em 2015, devido aos esquemas de corrupção investigados pela operação Lava Jato. Naquele momento, cerca de 60% da obra estava pronta.

O projeto divide alas no governo. A usina nuclear não foi incluída no PAC, programa que Lula lançou para estimular a economia por meio de investimentos públicos.

No Ministério da Defesa, setores ligados ao programa nuclear querem levá-lo adiante por considerá-lo alinhado com a política de transição energética e emissões neutras.

Avaliam ainda que serviria de trampolim para investimentos no parque de produção de urânio como combustível, insumo das usinas.

O Brasil é dono de uma das maiores reservas do mundo, detém tecnologia para a produção do combustível, mas falta incentivo para o desenvolvimento desse mercado —hoje dominado pela Rússia, EUA e França.

Com Paulo Ricardo Martins

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