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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu petrobras

Xerife dos fundos de pensão vira alvo de inquérito do MPF

Beneficiários denunciaram má gestão e fraudes no Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras

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Brasília

O Ministério Público Federal abriu um inquérito para investigar possível omissão da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) na Petros, o bilionário fundo de pensão da Petrobras.

A decisão ocorre seis meses após uma representação feita por um beneficiário, que pedia intervenção na entidade que cuida das aposentadorias privadas dos funcionários da petroleira.

Federação Única dos Petroleiros (FUP) faz manifestação na sede da Petrobras, no centro do Rio de Janeiro - 03.fev.2020-Alex Ferro/Divulgação

Na representação, participantes, assistidos e pensionistas informaram que vêm pagando altos valores para equacionamento de déficits causados por má administração e fraudes, sem que a Previc, que regula os fundos fechados, tivesse tomado providências.

Funcionários da estatal há tempos questionam medidas da Petros. Em junho, por exemplo, foram à Justiça para que a atual direção revele os termos de um acordo fechado no passado com a Sete Brasil, que causou um prejuízo de R$ 2 bilhões aos futuros aposentados da estatal.

A Sete, controlada pelo FIP Sondas —um fundo de participação que tinha a própria Petrobras como acionista— entrou em recuperação judicial devido a casos de corrupção investigados na Lava Jato e também pela frustração do projeto, muito sensível ao preço do barril do petróleo.

O projeto previa a criação no Brasil de uma indústria de construção naval, especialmente voltada para sondas de exploração de petróleo e gás adquiridas pela Petrobras.

Na ação, os beneficiários da Petros afirmam que houve uma arbitragem travada entre o fundo de pensão dos funcionários e a Sete (FIP Sondas) que resultou em um acordo revelado somente em 2020.

A informação prestada pela administração da Petros foi de que, do total de R$ 2 bilhões a que tinham direito de receber, aceitaram encerrar a arbitragem por R$ 950 milhões.

À época, a Petros disse, via assessoria, que o acordo foi tratado com transparência junto aos participantes, dentro das regras de confidencialidade.

Outro lado

Consultada, a Petros disse que não foi notificada e não quis se manifestar.

A Previc informou, via assessoria, que realizou fiscalização sobre o caso Petros-FIP Sondas, processo iniciado em outubro de 2016.

Os autos de infração foram lavrados em dezembro de 2018 e julgados, em primeira instância, pela Diretoria Colegiada em novembro de 2022. A secretaria afirma que 25 pessoas foram alvo, incluindo conselheiros deliberativos, diretores, membros do Comitê de Investimentos e analistas.

"Os diretores foram multados e tiveram declaração de inabilitação (2 a 4 anos); os membros do Conselho Deliberativo e do Comitê de Investimentos foram multados. Os dois analistas foram absolvidos. As multas foram no CPF do agente sancionado", disse a Previc.

Esses casos agora estão em fase de recurso na Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC) aguardando julgamento.

Com Paulo Ricardo Martins

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