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Julio Wiziack é editor do Painel S.A. e está na Folha desde 2007, cobrindo bastidores de economia e negócios. Foi repórter especial e venceu os prêmios Esso e Embratel, em 2012

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Descrição de chapéu Brasília

Brasília vai passar o Rio em megashows, diz gestor do Mané Garrincha

Com diversas frentes de negócio na arena brasiliense, empresário agora quer alavancar o Maracanã

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Brasília

Como auditor da PwC, Richard Dubois já viu de um tudo. Coube a ele, por exemplo, acompanhar a Petrobras na divulgação do balanço em que a estatal provisionou as perdas decorrentes da Lava Jato. Virada essa página, ele decidiu empreender e hoje domina as concessões no Distrito Federal. É dele a empresa que comanda a Arena BRB Mané Garrincha, que virou palco para grandes shows, rivalizando com Rio e São Paulo.

Enquanto aguarda a resposta do governo fluminense para assumir o Maracanã, Dubois prevê que Brasília ultrapassará o Rio em shows até 2025.

Homem está vestido com camisa e terno, na arquibancada de um estádio. Ele tem barba, está com o cabelo penteado para o lado e sorri
Richard Dubois, CEO da Arena BRB - Divulgação/Arena BRB Mané Garrincha

Dá para fazer dinheiro com estádios?
Em Brasília buscamos rentabilizar todos os espaços do estádio e os resultados são positivos. Os camarotes foram convertidos em escritórios e, hoje, temos 53 empresas instaladas no Esfera, nosso espaço de salas comerciais. Estamos reformando o segundo piso [de camarotes] para escritórios maiores e há fila de espera. Temos ainda um fundo de investimento em startups, que poderão receber aportes se funcionarem no Mané. Ao mesmo tempo, promovemos shows e compramos jogos de campeonatos nacionais e sul americanos para serem realizados em Brasília.

Paul McCartney, Roger Waters, Red Hot Chilli Peppers, entre outros, se apresentaram no Mané. O showbusiness paga mais que futebol?
Sem dúvida. Os grandes shows são um motor econômico para a cidade, movimentando hotéis, restaurantes, transporte e turismo. A expectativa é que Brasília esteja na agenda dos artistas internacionais neste ano, assim como Rio e São Paulo.

A morte de um fã no show de Taylor Swift atrapalha?
Até agora temos cinco grandes shows negociados [para Brasília] e a expectativa é dobrarmos e passarmos o Rio em 2025. Vamos trabalhar duro por isso. Os produtores de eventos estão mais exigentes após os tristes acontecimentos do ano passado. Então, temos uma grande preocupação em ter a melhor estrutura para atrair a atenção internacional para a capital do país.

Brasília já tem a infraestrutura necessária?
O maior desafio sempre foi a questão logística, mas conseguimos provar que vale o investimento de trazer as dezenas de carretas [com equipamentos] até a capital. Tivemos shows em que mais da metade do público era de fora do Distrito Federal. Brasília é um hub aeroportuário único, com voos diários para diversas capitais, e temos uma cadeia mais robusta de fornecedores. Outro aspecto é o elevado poder aquisitivo [maior renda per capita média do país], o que garante público para os shows.

Quem vocês devem levar para o Mané neste ano?
Temos Andrea Bocelli em maio e seguimos discutindo agendas com artistas e bandas icônicas.

Madonna?
Temos todo o interesse nesse espetáculo, mas ainda não temos informação sobre a vinda dela ao país.

O futebol deixou de ser o carro-chefe?
O estádio precisa ter frentes de negócio. O futebol está em um ótimo momento. Mais de R$ 1 bilhão foi movimentado com a transferência de jogadores na última temporada, a mais cara da história do futebol nacional. As arenas estão negociando naming rights com marcas que entenderam o poder do entretenimento e o alcance dos espetáculos em estádios.

Acha que vai ganhar o Maracanã?
Espero que sim. Lá, prevemos muitas possibilidades que não envolvem o uso do gramado, como uma área gastronômica, o uso do museu e das áreas de visitação. O Maracanãzinho também pode se tornar palco de grandes eventos, sempre respeitando os calendários de vôlei, basquete e demais modalidades. Queremos trazer para o Brasil a experiência das grandes arenas mundiais.


Raio-X | Richard Dubois, 54

Formação: Engenharia mecatrônica (USP)

Carreira: Associado sênior da Booz Allen Hamilton (1997-2000); sócio Trevisan Consultoria (2003-2007); sócio PricewaterhouseCoopers (2008-2015); CEO Arena BSB (desde 2019)

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