Alvo de denúncias de corrupção por adversário político, o presidente da autoridade portuária, Anderson Pomini, palestrou, nesta quarta (3) sobre transparência em um evento da ONU.
Há cerca de dois meses, o senador Alexandre Giordano (MDB-SP) encaminhou ao Ministério de Portos e Aeroportos uma lista com supostos casos de corrupção envolvendo Pomini.
A Autoridade Portuária de Santos (APS) nega as acusações, classificadas como calúnia.
Pomini disse que recebeu o convite como uma "homenagem" dos organizadores do evento.
"As empresas públicas, em especial, têm o dever de se apresentarem com transparência", disse. "Trouxemos aqui alguns elementos que comprovam que é possível fazer com que uma empresa pública se apresente com eficiência, respeitando as normas e as formalidades que são impostas a ela para a segurança do próprio patrimônio, mas com transparência."
No início de fevereiro, o senador acusou Pomini de ter montado uma "estrutura paralela" dentro da Autoridade Portuária de Santos voltada para "práticas criminosas por meio de atos de corrupção".
Entre as acusações, está o pagamento de propina de aproximadamente US$ 1 milhão (quase R$ 5 milhões) para que Pomini siga no cargo de diretor presidente do porto de Santos.
Até o momento, Giordano não apresentou publicamente o nome de quem se beneficiou com os supostos repasses.
O senador ainda acusa Pomini de receber propinas milionárias para favorecimento de empresas que atuam no porto.
"Não há nem investigação aberta", diz APS
Consultada, a APS disse que Pomini foi convidado para falar no evento porque a empresa recebeu quatro prêmios de transparência do Movimento 100% Transparência do Pacto Global da ONU.
"Um dos temas da palestra tratou de como os gestores devem agir nos casos de denúncias vazias e como as metas de transparência em vigor enfraquecem as denúncias infundadas. No caso citado, o requerimento do senador sequer foi processado pela falta de fundamento das denúncias", diz a empresa em nota.
A Pacto Global informou que o convite foi feito no ano passado à empresa, que indicou seu presidente para representá-la.
"Durante esse período, acompanhamos pela imprensa, em fevereiro e março, o caso envolvendo o presidente da APS", disse. "É importante esclarecer que não houve comprovação pública e que não foi aberta investigação formal sobre o caso. Assim, seria precipitado fazer mudanças na programação do evento por este motivo."
O evento, ocorrido em São Paulo, foi organizado pela Pacto Global, iniciativa da ONU para incentivar empresas a adotarem políticas de responsabilidade social corporativa e sustentabilidade. Contou com o apoio da AYA Earth Partners, organização voltada a debater ações ligadas à descarbonização do país, e a presença de executivos de grandes empresas, como Luiza Trajano, fundadora do Magazine Luiza, e do secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux.
Com Diego Felix
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