Em um momento do país em que tanto se fala de desafios socioambientais, como fome e educação, não é difícil encontrar pessoas mobilizadas na tentativa de minimizar esse cenário.
Diariamente inserido no ecossistema de impacto positivo, tenho contato com empreendedores ávidos por ajudar quem está ao seu redor. Com esse intuito, eles iniciam empreendimentos cheios de propósito.
A atuação desses agentes de mudança acontece nas mais diversas áreas —meio ambiente, educação, pessoas com deficiência, geração de renda, defesa de direitos—, entre tantas outras.
A vivência com esse público, em conjunto com as pesquisas que realizamos, mostra dezenas de milhares de empreendedores de impacto espalhados pelo país. Contudo, a pergunta que fica é: por que conhecemos tão poucos que crescem e solucionam em escala os problemas mais críticos da nossa sociedade?
Em 15 meses de operação da Ago Social, nosso trabalho envolveu cerca de 70 professores e mentores, mobilizou mais de R$ 600 mil para negócios de impacto positivo, entre investimento próprio ou de terceiros, e gerou centenas de conexões.
Mas a grande fonte de dados e respostas a respeito do empreendedorismo de impacto vem da capacitação de mais de 430 pessoas de 105 cidades e 22 estados que passaram pelos nossos programas. Essa convivência levou a um profundo entendimento do cenário no qual estamos inseridos.
Vimos força, potência e propósito. Contudo, percebemos três principais lacunas a serem resolvidas. A primeira delas é que existe muito propósito, mas pouco conhecimento.
Entre os mais de 5.000 empreendedores de impacto com os quais tivemos contato, apesar do grande desejo de mudar realidades, havia pouco ou quase nenhum conhecimento a respeito do que é empreender —o que significa gerir e promover inovação, o que é modelo de negócio e como se tornar financeiramente sustentável.
Um segundo ponto é a ausência de redes de relacionamento e apoio. Mesmo para aqueles que superam a barreira do conhecimento e aprendem a direção que leva ao empreendedorismo, ainda faltam parcerias, conexões que possibilitem acesso ao mercado, orientação e trocas de experiência.
O terceiro aspecto é que os empreendedores não conseguem acesso a investimento e recursos financeiros. Ainda que o mercado financeiro disponibilize diferentes tipos de capital para organizações e negócios de impacto positivo, o fato é que o tempo de vida desses empreendimentos é muito curto.
Na realidade, até hoje nenhum dos diversos tipos de capital existentes, como investimento anjo, blended finance, mútuo e outros, chega massivamente a esse público.
Em geral, vemos casos em que o dinheiro acaba em menos de um ano, reflexo da falta de um modelo correto de negócio e estratégias de crescimento e escala.
A partir dessas constatações, ficou claro o grande desafio a ser superado para apoiar os empreendimentos e explorar todo esse potencial represado. Esse foi o ponto de partida para nossa decisão de aprimorar o método de ensino e reestruturar o Mapa do Empreendedorismo Social.
Assim, a dezenas de mãos, estamos criando uma tecnologia social totalmente inovadora.
Será uma trilha de longo prazo, relevante, essencial, definitiva e escalável. Um conteúdo capaz de apoiar cada empreendedor social e ambiental na missão de transformar sua energia e seu propósito em ação.
Essa é uma construção conjunta, que ganha força com a ação de cada pessoa. Por isso, fica o convite para que todos façam parte do ecossistema de empreendedorismo socioambiental e fomentem transformações em nosso país.
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