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Descrição de chapéu refugiados

Incluir pessoas refugiadas é fundamental para uma sociedade mais justa e inclusiva

Dia Mundial do Refugiado reforça importância de iniciativas no Brasil de apoio à crescente população deslocada de forma forçada

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Carlo Pereira

CEO do Pacto Global da ONU no Brasil

Davide Torzille

Representante do ACNUR no Brasil

Anastasia Divinskaya

Representante da ONU Mulheres no Brasil

Mais de 108 milhões de pessoas no mundo vivem em situação de deslocamento forçado devido a guerras, perseguição por questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a grupos discriminados, opinião política ou violações graves e generalizadas dos direitos humanos. Isso equivale à população do México, segundo país mais populoso da América do Sul, com pouco mais da metade da população brasileira. No Brasil, há mais de 90 mil pessoas refugiadas de diversas nacionalidades, incluindo mulheres, crianças, homens e idosos.

Diante do cenário crescente de deslocamento forçado, precisamos garantir que essas pessoas consigam reconstruir suas vidas com dignidade nos países de acolhida, proporcionando acesso a moradia digna e adequada, garantindo seus direitos humanos. Empregos adequados aos seus conhecimentos, educação de qualidade, saúde e outros serviços sem qualquer discriminação. Para isso, é necessário o esforço conjunto de governos, agências internacionais, organizações da sociedade civil e setor privado, conforme estabelecido no Pacto Global sobre Refugiados, assinado pelo Brasil em 2019.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), a ONU Mulheres e o Pacto Global da ONU no Brasil têm projetos para promover a inclusão socioeconômica dessa população, garantindo sua autonomia e condições mais dignas para reconstruírem suas vidas no Brasil. O Fórum Empresas com Refugiados reúne mais de 75 organizações que contratam ou contribuem para a formação de profissionais refugiados. Já a plataforma Refugiados Empreendedores apoia pequenos empresários refugiados, abrangendo mais de 130 empreendimentos em todas as regiões do país, sendo mais da metade liderados por mulheres.

Mulheres e meninas são particularmente afetadas pelo deslocamento forçado, enfrentando incertezas em relação ao seu status e direitos humanos, além do risco elevado de violência sexual. A interrupção da educação agrava essas vulnerabilidades, pois há uma conexão direta entre o conhecimento das meninas e seu poder de tomar decisões que afetam suas vidas. Mulheres e meninas deslocadas têm maior probabilidade de perder oportunidades educacionais. A evasão escolar faz com que elas fiquem socialmente isoladas e tenham dificuldades em gerar renda.

Para atender às necessidades das mulheres e meninas refugiadas e migrantes, várias entidades, incluindo a ACNUR, ONU Mulheres, UNFPA, Pacto Global da ONU no Brasil e outras agências do Sistema da ONU no país, trabalham para construir uma sociedade mais segura e igualitária. Por meio de programas como o Empoderando Refugiadas e o programa conjunto Moverse, essas entidades colocam o empoderamento das mulheres no centro da resposta humanitária e do desenvolvimento, garantindo que elas tenham voz ativa na assistência e proteção de que necessitam, além de influenciar políticas e soluções concebidas para lidar com a crise, o tema dos refugiados e sua integração social e econômica.

Neste Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho, é importante reforçar que todos têm responsabilidade para que essas pessoas sejam protagonistas de suas trajetórias. Tanto por meio de contratação, capacitação e apoio aos negócios de empreendedores refugiados, como contribuindo para a construção de políticas públicas e iniciativas que facilitem a integração dessa população.

Os refugiados trazem conhecimentos, experiências e habilidades, contribuindo para o desenvolvimento econômico, cultural e social da comunidade que os acolhe. A cada pessoa refugiada que retorna ao seu país de origem, outras 22 pessoas se tornam refugiadas. Neste cenário, contribuir para a integração de pessoas refugiadas é uma forma de caminharmos para uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável.

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