Não há mais dúvida de que só com a participação efetiva da sociedade civil, somada às iniciativas do setor público e privado, o Brasil será capaz de eliminar a injustiça social, o desequilíbrio econômico, os desastres ambientais, os preconceitos e a dificuldade de acesso à saúde, à água, à educação e à alimentação.
Estes problemas estão diante de nós, seja nas ruas ou telas pelas quais nos informamos diariamente.
Em agosto, o governo brasileiro lançou a Enimpacto - Estratégia Nacional para Economia de Impacto. A política pública se apoia na ampliação da oferta de capital para a economia de impacto e no aumento do número de negócios deste tipo.
Também propõe o fortalecimento das organizações intermediárias, a promoção de um macroambiente institucional e normativo favorável à economia de impacto e a articulação entre estados e municípios no fomento a ela.
Nós, empreendedores e inovadores sociais que integram o movimento Catalyst 2030 Brasil, acreditamos que, com a Enimpacto, o governo brasileiro abriu as portas para a criação de uma abordagem abrangente e integrada que permitirá ao país enfrentar com mais agilidade suas desigualdades sociais e as dificuldades para alcançar o desenvolvimento sustentável.
E de que forma? Como trabalham com visão sistêmica e articuladora, criando soluções colaborativas com governo, empresas, organizações da sociedade civil, mídia, academia e lideranças comunitárias, os inovadores sistêmicos de impacto socioambiental são fundamentais na ação da estratégia.
Mais do que isso, eles têm o sentido de urgência para o impacto acelerado rumo a um futuro mais sustentável, igualitário e firme para o Brasil.
São, por isso, determinantes para transformar os ultrapassados modelos econômicos e extrativistas em modelos sustentáveis, criando oportunidades para que cada brasileiro se torne agente da mudança.
Convidado pelo governo federal a integrar o Comitê da Enimpacto, o Catalyst 2030 Brasil lançou carta de apoio onde apresenta cinco propostas para que estes inovadores sistêmicos possam contribuir ainda mais com a política pública.
A primeira proposta é a ampliação da oferta de capital, alavancando o capital privado, com medida que traduza em valor monetário o impacto nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU) e incluindo o impacto social e ambiental nos critérios financeiros de aquisição.
A segunda é a implementação de estratégias que favoreçam o aumento do número de empreendimentos e soluções de impacto socioambiental.
Em terceiro lugar, sugerimos o fortalecimento de intermediários, criando uma Câmara Técnica de Inovação Sistêmica Socioambiental no Enimpacto que garanta "assento à mesa" para líderes e/ou redes de inovação sistêmica a instâncias de governo para promover articulação e contribuição nas tomadas de decisão.
A quarta proposta é a promoção de um ambiente institucional e normativo favorável que permita e incentive a inovação, o que é melhor em um espaço colaborativo.
E, por último, sugerimos a articulação e a implementação de políticas subnacionais, já que o impacto da inovação sistêmica socioambiental no Brasil e globalmente é mais facilmente percebido localmente, onde as soluções têm efeito prático.
No cenário brasileiro de inovação social, o Catalyst 2030 Brasil é um movimento vigoroso dedicado ao alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU no Brasil.
Acreditamos que a Enimpacto tem potencial de ser um acelerador para que o país possa atingir estas metas, encarando desafios socioambientais de maneira inovadora e colaborativa.
Se for implementado com sucesso, o decreto pode criar um ambiente ideal para o desenvolvimento sustentável do país, com crescimento econômico, inclusão social e preservação ambiental.
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