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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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São Paulo lidera metade do Brasileiro com futebol mais eficiente do que brilhante

Diego Aguirre é o primeiro técnico estrangeiro a ganhar o primeiro turno do campeonato

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Homem com calção e camisa branca comemoram juntos em gramado
São-paulinos comemoram o gol de Shaylon, primeiro da vitória sobre a Chapecoense - Paulo Whitaker/Reuters

Diego Aguirre é o primeiro técnico estrangeiro a ganhar o primeiro turno de um Brasileiro. Claro que o título é simbólico, mas num país que discutiu tanto a qualidade dos treinadores daqui nesta década é simbólico.

Campeão de torneio nacional no Brasil, técnico estrangeiro só tem um: Carlos Volante. Argentino, centro-médio do Flamengo nos anos 1940, era o treinador do Bahia campeão da Taça Brasil de 1959.

Também argentinos, José Poy foi campeão paulista pelo São Paulo em 1975, Filpo Nuñez ganhou o Rio-São Paulo em 1965, Daniel Passarella passou pelo Corinthians no primeiro turno de 2005, mais tarde vencido por Márcio Bittencourt. Campeão, não tem.

O São Paulo, de Diego Aguirre, selou a conquista da primeira metade do Brasileiro contra a Chapecoense, com um futebol mais eficiente do que brilhante. Tem sido a marca do campeonato disputado no país. Este primeiro turno deixou o recorde de trocas de treinadores (19), de vendas de jogadores (58), teve no Flamengo o líder por mais rodadas (13) e o São Paulo anunciando logo depois da Copa do Mundo ser a grande novidade.

Aos poucos o time mudou o sistema tático. Aguirre começou com linha de quatro na defesa, passou para três zagueiros contra o Fluminense, adotou o 4-2-3-1 no meio do turno, adiantou Nenê e deu a ele a liberdade para se aproximar de Diego Souza.

Como o Corinthians, foi desfalcado pela janela de transferências. Os corintianos perderam sete, os são-paulinos venderam seis jogadores. A diferença é que o Corinthians perdeu quem não podia perder: Balbuena e Rodriguinho. O São Paulo abriu mão de quem, era consenso, não pertencia ao grupo. O exemplo óbvio é Cueva.

Contra a Chapecoense, Aguirre se deu ao luxo de poupar cinco titulares: Anderson Martins, Reinaldo, Hudson, Nenê e João Rojas. Mesmo assim, com quatro minutos já vencia por 1 a 0, mérito da jogada trabalhada desde o início da campanha. Marcação por pressão na saída de bola adversária, bola recuperada e velocidade pelos lados. Passe de Edimar, gol de Shaylon.

A distância para o segundo colocado, no entanto, não permite pensar que o campeonato está decidido.

Longe disso, apesar do vexame do Flamengo contra o Atlético-PR e de o vice-líder ser um time recém-chegado da Série B. O São Caetano registrou a melhor campanha de um caçula, ao ser vice-campeão de 2000 e depois 2001.

Como aquele São Caetano, este Internacional é muito forte. Joga com duas linhas separadas por um volante, Rodrigo Dourado, com distâncias de no máximo quinze metros (veja ilustração). Por isso, tem a segunda defesa menos vazada do Brasileiro.

No segundo turno, o Internacional enfrentará São Paulo, Flamengo, Grêmio, Atlético-MG e Palmeiras, todos no Beira Rio. Todos os candidatos ao título em casa. "Serão dez partidas em Porto Alegre, mas oito clássicos", exime-se o treinador Odair Hellmann. Não descarte. O Internacional é candidato a ser o primeiro campeão da Série A, vindo da Série B no mesmo ano.

Mas o campeão do primeiro turno é o São Paulo. Desde 2003, são 15 Brasileiros por pontos corridos. Por 12 vezes, o campeão ao final liderou a primeira metade. Nas outras três, o campeão do primeiro turno foi o vice.

Arte de esquema tático em campo de futebol
Folhapress
Arte de esquema tático em campo de futebol
Folhapress

Prioridade

A prioridade do Palmeiras é vencer. Segue-se a lógica do Grêmio campeão gaúcho de 1995 com o Banguzinho, o time reserva. No caso de Felipão, não dá mais para chamar de reserva, mas time dos mata-matas e time do Brasileiro. O time do Brasileirão venceu duas, empatou uma e não sofreu gols. 

Desmanche

O Corinthians perdeu 17 partidas em 2018. Em 2017, nesta mesma data, tinha três jogos perdidos. Há um ano, Carille dizia que o maior reforço era não perder jogadores. Hoje, o Corinthians luta para se remontar após perder sete para o exterior —saíram 58 ao todo. A razão da queda corintiana é óbvia. 

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