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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Na briga com o Palmeiras, está claro que o São Paulo deve se basear no Grêmio

Independentemente do resultado da semifinal, o caminho no Morumbi é seguir apostando na juventude

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Dois homens em gramado, de costas, observam homem de amarelo, também de costas, olhar para uma tela
Hudson e Deyverson observam árbitro, que revê lance do pênalti  - Ricardo Moreira/Fotoarena/Folhapress

Não é a primeira vez que o São Paulo monta um time leve e insinuante com garotos da base. Também há vários casos em que as tabelas dos moleques em direção ao gol atormentaram o Palmeiras em jogos decisivos. 

Aconteceu com os Menudos, em 1985, também com Denílson, Dodô e Aristizábal, em 1997. A diferença é que aquelas equipes estavam montadas há pelo menos quatro meses. Desta vez, são quatro jogos. Os garotos tiveram bons momentos, mas o clássico ficou no 0 a 0.

Antony foi o ponto forte do time tricolor. O Palmeiras equilibrava quando tirava velocidade do jogo, com troca de passes. As perdas de bola não se deveram ao excesso de lançamentos longos. O problema é que quando Scarpa e Dudu recebiam, estavam isolados.

Independentemente do resultado da semifinal, está claro que o caminho no Morumbi é continuar apostando na juventude. 

Na véspera do anúncio da contratação de Pato pelo São Paulo, cujo contrato custará 9,5 milhões de euros (R$ 41,5 milhões) nos próximos quatro anos, o Grêmio divulgou lucro líquido de R$ 53,5 milhões.

Sua receita é de R$ 400 milhões. A do São Paulo, R$ 470 milhões. A previsão de superávit no Morumbi é de R$ 1 milhão. O Palmeiras tem previsão orçamentária de R$ 571 milhões e teve superávit de R$ 30 milhões, em 2018.

Não é campeonato de receita, faturamento nem de endividamento. Mas o noticiário do futebol dos últimos dez anos indica que saúde financeira leva a troféus e clubes rebaixados têm bloqueios de contas correntes e dificuldade de gestão. 

Na briga entre São Paulo e Palmeiras, está cada vez mais claro que o modelo são-paulino deve se basear muito mais no Grêmio do que no seu rival alviverde. 

Homens comemoram com troféu na mão e chuva de papel picado
Jogadores do Grêmio comemoram conquista da Libertadores, em 2017, ao vencer o Lanus na Argentina - Marcos Brindicci/Reuters

Há cinco anos, os gremistas tinham dívida de R$ 100 milhões, abusiva para quem faturava R$ 216 milhões. Fábio Koff contratou Felipão depois da Copa do Mundo de 2014 e afirmou que diminuiria a folha de pagamento em R$ 2 milhões. Romildo Bolzan seguiu a filosofia. O Grêmio revelou Luan, Éverton, Arthur e Walace, todos convocados pela seleção e campeões antes de saírem do elenco.

"Também temos Pepê, Jean Pyerre e Matheus Henrique, prontos para serem titulares da próxima geração", diz Bolzan. 

Para ele, o sonho é ter um time todo formado em casa. Uma espécie de Barcelona, versão 2011, nos Pampas.

No Rio e em São Paulo, a justificativa para não usar jovens é, muitas vezes, a pressão da torcida. "Aqui a pressão é igual. Somos comparados com o Inter. Mas quando se define o objetivo, o discurso é aceito e a torcida é solidária", diz o presidente gremista, Romildo Bolzan. 

O Palmeiras tem a ideia de ter um terço de seu elenco vindo da base. Algum dia... 

O São Paulo pensa assim desde que Juvenal Juvêncio era presidente. Também não chegou a este ponto. 

Com base na capacidade de arrecadação e de endividamento, o modelo Grêmio serve para o São Paulo e para o Santos. Também ensina ao Palmeiras que é possível gastar, mas também revelar. Dos quatro semifinalistas do Paulista, o São Paulo tem quatro titulares formados em casa, o Santos três, o Corinthians dois e o Palmeiras, um: Victor Luís. O Grêmio tem só dois, mas um terço do elenco nasceu lá.

O Grêmio tem lucro líquido maior do que o Palmeiras, aproveita jogadores da base mais do que o São Paulo e é o único clube brasileiro campeão da Libertadores nos últimos cinco anos. Com menos dinheiro.

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