Pep Guardiola ganhou a Champions League em sua primeira temporada como técnico de um time de primeira divisão e surpreendeu o mundo com seu estilo de pressão e troca de passes. Zidane nunca foi surpreendente, exceto pelos resultados. Ganhou três Champions seguidas, nos três anos iniciais de sua carreira em clube de primeira divisão.
Quem é melhor, Zidane ou Guardiola, é pergunta que o mundo do futebol nunca fez. Perguntava se Mourinho podia desafiar o técnico-craque-catalão, ou se hoje Jürgen Klopp pode ser melhor do que ele.
Guardiola segue sendo o mais revolucionário, embora não seja sempre o mais vencedor. O destino tratou de reunir, numa eliminatória de Champions, Guardiola de um lado e Zidane do outro. Você não precisa perguntar quem é melhor. O confronto vai dizer quem terá mais estratégias para avançar às quartas.
Nem o Manchester City, que ganhou do Leicester, nem o Real Madrid, na derrota para o Levante, jogaram bem no sábado (22). O City está em segundo lugar na Premier League, mas suou para vencer o sistema defensivo do adversário.
Zidane perdeu a liderança para o Barcelona, de Quique Setién, contestado uma semana atrás, mesmo depois de ganhar do Getafe. O diário catalão El Mundo Deportivo discutiu se o estilo de posse de bola estava superado. Estão convidados a ver uma mesa redonda no Brasil.
Há estilos diferentes de jogar e de vencer. O Chelsea, de Frank Lampard, venceu o Tottenham, de José Mourinho, com os dois times jogando no sistema 3-4-2-1, que se transformava em 5-4-1, linha defensiva de cinco, quando se perdia a bola.
Guardiola e Zidane, não. O catalão já jogou com linha de cinco defensores, mas sempre tem como objetivo fazer o gol. Mesmo quando tem dificuldade e ganha no contra-ataque, como no gol de Gabriel Jesus contra o Leicester.
Quando atua com três zagueiros, não quer formar linha de cinco sem a bola. Já fez isso contra o Chelsea, de Antonio Conte, na temporada 2016/17. Levou um nó.
Jogar com três atrás, para Guardiola, é ter um jogador a mais no ataque. Ele já fez linha de cinco atacantes em momentos de jogos específicos. Deu-se melhor do que quando tentou espelhar Conte com cinco defensores.
Zidane é conservador. Seu estilo é tático, mas também do conhecimento de quem comanda. Já disse que Vinicius Junior não estava bem, mas não iria emprestá-lo. Faz o mesmo agora com Rodrygo. Vinicius voltou bem.
Também preza a bola, o passe, a qualidade. Não é um revolucionário. Não precisa.
Ganhar três vezes seguidas a Champions não é necessariamente algo para um time que transforme o futebol. Guardiola transformou e ganhou duas em três anos, pelo clube que conhece tão bem, o Barça.
Zidane ganhou três, saiu, o Real Madrid perdeu o rumo e pediu socorro a Zidane de novo. Mas nunca tratamos o francês como alguém que ficará na história como transformardor do estilo como se joga neste século. Guardiola, sim.
Na quarta (26) e no dia 17 de março, a Champions decidirá quem está melhor: a revolução de Guardiola ou a tranquilidade de Zidane.
Dentro da área
O São Paulo venceu o Oeste no sábado (22) por 4 a 0 com um atuação em que finalizou nove vezes dentro da área e só cinco fora dela. O técnico Fernando Diniz falou pela primeira vez sobre isso. O desafio para a equipe se acertar passa por invadir a área do adversário.
Calma, Corinthians
A maior decepção é perceber que os diagnósticos de fracasso são feitos antes de dez jogos e muitas vezes nascem na imprensa. É o caso de Tiago Nunes, que não conseguiu fazer o Corinthians vencedor. Não está bom, mas não dá para definir o fracasso em tão pouco tempo.
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