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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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São Paulo ficou trancado pela boa estratégia do Corinthians

Em um Brasileiro imprevisível, o líder agora tem pela frente Atlético-MG e Fluminense

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​O São Paulo quebra alguns dogmas do futebol recente, como de não se poder mais jogar com um losango no meio-de-campo. O time inteiro se molda em quartetos que se espalham por todo o campo. Quando tem a bola, Gabriel Sara se aproxima da dupla de ataque formada por Luciano e Brenner. Quase um terceiro atacante.

Normalmente é assim.

Contra o Corinthians, foi impossível fazer isso pela maneira como Vagner Mancini definiu sua marcação. A começar pela saída de bola são-paulina.

Ramiro, do Corinthians, e Igor Gomes, do São Paulo, disputam a bola no clássico - Amanda Perobelli/Reuters

Daniel Alves, Igor Gomes e Luan se revezavam na missão de auxiliar os zagueiros para o primeiro passe. Nos primeiros dez minutos, Gabriel e Cantillo se aproximavam da área defensiva do São Paulo junto com eles.

Ficou muito mais difícil a construção das jogadas.

Dos 7 desarmes corintianos no primeiro tempo, 4 aconteceram no ataque. De cada 3 passes são-paulinos errados, 1 era na defesa.

A formação em losangos, como a do meio-de-campo (veja ilustração), raras vezes conseguia oferecer três chances de passe para os jogadores tricolores.

Campinho com G. Sara, D. Alves, Luan e Igor Gomes formando um losango no campo
São Paulo, com a bola: losango de meio-de-campo - Núcleo de Imagem
Campinho com G. Sara, D. Alves, Luan e Igor Gomes alinhados
São Paulo sem a bola: linha de quatro - Núcleo de Imagem

Gabriel Sara, o mais ofensivo do meio-de-campo, só chegou perto da finalização, como ponta-de-lança, aos 16 minutos da primeira etapa, quando arrastou a bola desde a defesa até o chute para fora.

Fora isso, só em cobranças de falta.

O Corinthians tratou de quebrar as opções de passe, diminuir os espaços e, consequentemente, deixou o líder do Brasileiro com jogadores tentando jogadas individuais. Ficou difícil entrar na área. De 13 finalizações do São Paulo, 8 foram de fora da área.

E os passes errados cresciam.

Foi o que aconteceu com Reinaldo, no 25º minuto. Ao perder a chance de lançar Igor Gomes pela esquerda, o lateral tentou o toque para o meio.

Deu no pé de Cantillo. O colombiano percebeu todo o time de Fernando Diniz no ataque. Só Bruno Alves atrás do meio-de-campo. Não chegou em tempo de desarmar Otero, que marcou 1 a 0.

Ficou ainda mais difícil para o São Paulo quando Luciano pediu para ser substituído, aos 42 da primeira etapa. Terceiro colocado na tabela de goleadores do Brasileiro, ele participa de 1 a cada 3 gols do líder do campeonato. Há muito tempo, Pablo não consegue rendimento igual.

A estratégia corintiana da subida dos volantes para desarmar no ataque voltou no início da segunda etapa. Aos 6 minutos, Daniel vacilou, Gabriel deu o bote e Raphael Claus mostrou amarelo para o são-paulino.

O São Paulo foi murchando à medida em que a partida chegava aos minutos finais. O Corinthians seguia sua estratégia. Parecia fazer o campo diminuir agrupando jogadores.

Vagner Mancini conhece Fernando Diniz. São amigos. Entra um pouco em sua mente, entende sua maneira de montar equipes. Também conhece o elenco são-paulino. Dirigiu o time no Paulista de 2019 e deu o último treino antes de os jogadores pedirem a contratação de Diniz, há 14 meses.

Entendeu que a pressão no homem da bola, a diminuição do espaço e as saídas rápidas seriam o caminho para dificultar a vida do líder. Conseguiu.

Agora, o São Paulo tem caminho duríssimo: Atlético-MG no Morumbi e Fluminense no Maracanã. O Brasileiro continua imprevisível.

CUIDADO

O Palmeiras poupou titulares e jogou bem contra o Bahia, mas há um cuidado necessário contra o Libertad. O time paraguaio melhorou depois da troca de treinador e não perde há sete partidas. Não vai ser um jogo simples, como muitos têm feito parecer.

SAÍDA DE JOGO

Cuca preservou nove titulares do jogo contra o Grêmio na derrota para o Flamengo por 4 a 1. Seu maior defeito foi a saída de jogo. Dos 31 passes errados, 19 foram no campo defensivo. Em parte, forçados pelo Flamengo, que fez metade de seus desarmes no ataque.

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