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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Renato muda o Flamengo, e São Paulo volta a cair

É muito difícil marcar o time carioca com mudanças feitas por Renato

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O fim da sequência de quatro anos e nove partidas sem o Flamengo vencer o São Paulo não teve Renato Gaúcho como protagonista. Foi obra de Bruno Henrique.

Taticamente, o Flamengo mexeu em detalhes desde a saída de Rogério Ceni. Sem Bruno Henrique marcar quatro vezes –um anulado–, não teria vencido o time de Hernán Crespo.

A quebra do tabu se deu com a crueldade do maior resultado já construído pelos rubro-negros contra os tricolores: 5 a 1. O São Paulo meteu 7 a 1 em 1946. O clássico começou a ser disputado em 1933.

Bruno Henrique comemora gol do Flamengo em goleada sobre o São Paulo, no Maracanã
Bruno Henrique comemora gol do Flamengo em goleada sobre o São Paulo, no Maracanã - Alexandre Loureiro/Reuters

O que mudou com Renato no Flamengo foi puxar William Arão, em vez de Filipe Luís, para fazer a saída de três homens. Assim, o lateral entra em diagonal. De Arrascaeta joga por trás de Gabigol, com Bruno Henrique aberto na ponta esquerda.

Já são quatro vitórias em quatro jogos com Renato no comando. Jorge Jesus, por exemplo, tinha uma vitória e três empates em suas quatro primeiras partidas.

É muito difícil marcar o Flamengo. Crespo é um treinador excelente, que o São Paulo pretende ter no Morumbi por pelo menos dois anos, mas com pequenas contradições do futebol moderno.

Por exemplo, como jogar com três zagueiros contra o Flamengo sem centroavante?

Gabigol movimentava-se pela direita, Bruno Henrique jogava aberto pela esquerda e, muitas vezes, não havia um atacante fixo para ser marcado. Gabigol arrastou Miranda, puxou Bruno Alves, e a inteligência de Crespo fez com que não utilizasse marcação individual, como fez contra o Santos.

Liziero perseguiu De Arrascaeta. Não é tão claro, porque se viu Arrascaeta escapando da marcação e fazendo duelos com Bruno Alves, Miranda e Rodrigo Nestor. Foi do uruguaio o passe brilhante para o gol anulado de Bruno Henrique. Estava desmarcado. Também no primeiro gol validado, porque De Arrascaeta estava ao lado do quarto de círculo para receber o escanteio cobrado curto. Este tipo de cobrança serve justamente para desmontar a formação defensiva da bola parada.

Homem a homem, é impossível marcar o rubro-negro. Na derrota para o Santos, questionado se inspirava-se em Bielsa para fazer perseguições individuais, Crespo respondeu: “Bielsa é o papa neste tipo de marcação”.

Crespo varia. Cada jogo é diferente do outro, porque cada adversário se comporta de modo particular.

Com Renato, o Flamengo também variou. No movimento do ataque, não se vê mais o 3-2-5 que Rogério usava. É mais fácil enxergar a saída com três homens, os dois laterais na linha de Diego e os quatro criativos na frente: Éverton Ribeiro, Gabigol, De Arrascaeta e Bruno Henrique.

Deu muito certo contra o Bahia e na maior parte do jogo contra o Defensa y Justicia —o segundo tempo começou difícil. Então, a quebra do tabu e a goleada contra o São Paulo. O Flamengo era forte com Rogério Ceni. Agora, sorri e parece feliz.

A rodada teve, pela terceira vez, vitórias de Palmeiras, Atlético e Flamengo. Por pontos perdidos, a distância é de três pontos dos palmeirenses para os atleticanos e de quatro para os rubro-negros. Apesar do sucesso do Fortaleza, está claro que o troféu será de Palmeiras, Atlético ou Flamengo.

O São Paulo completará seu décimo terceiro Brasileirão sem ser campeão.

Sem ingenuidade

O Brasil teve um jogo difícil antes mesmo da expulsão de Douglas Luiz. Foi pela dificuldade do contra-ataque que resultou no cartão vermelho. Depois, a seleção olímpica teve o mérito de atacar sempre, mas ameaçou pouco. Decide em Saitama, onde ganhou a semifinal em 2002.

Força e Risco

A nona vitória seguida do Palmeiras revela uma força coletiva impressionante e, também, um risco. Não há times brasileiros com sequências de 14, 15, 16 vitórias seguidas. O desafio é manter este nível até as quartas de final da Libertadores, contra o São Paulo.

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