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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Descrição de chapéu Copa do Brasil 2021

Atlético é melhor e explora falhas do rival

Cuca tem uma vantagem na decisão: conhece a alma de Alberto Valentim

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No segundo gol do Atlético-MG, a evidência do maior problema tático do Athletico-PR. Sua defesa de três zagueiros pretende balançar os laterais de acordo com o lado da jogada. Funciona quando Abner sobe para marcar o lateral direito adversário e Nikão recua como meia (veja ilustração).

Cuca induziu o Athletico a recuar seus dois alas e a fazer subir a marcação em seus zagueiros. O resultado é o gol de Keno. Abner e Marcinho faziam linha de cinco defensores na equipe de Alberto Valentim, com apenas dois meio-campistas no setor vital.

O Atlético-MG fazia o oposto. Congestionava o setor dos dois volantes paranaenses. Fazia a saída de bola com Igor Rabello, Junior Alonso e Allan, Jair como primeiro volante, Mariano, Zaracho, Keno e Arana na zona criativa.

Prancheta do PVC - 13/12/2021
Atlético: marcação por encaixe - Folhapress
Prancheta do PVC - 13/12/2021
Athletico: Nikão e Abner corrigem marcação por zona - Folhapress

Hulk e Diego Costa, substituído cedo por Vargas, prendiam os três zagueiros. Mas, no meio de campo, havia momentos de contraste de quatro atleticanos contra os dois únicos paranaenses, Erick e Cittadini. O maior mérito de Cuca como treinador é observar as falhas dos rivais.

Nesta final, tem outra vantagem: conhece a alma de Alberto Valentim. Contratado pelo Palmeiras, em 2016, assistiu ao seu então novo assistente, Alberto Valentim, dirigir o time na vitória no clássico contra o São Paulo, por 2 a 0.

Estranhou Alberto ter mudado cinco jogadores da antiga equipe de Marcelo Oliveira. "Vou ter de conversar com ele. Se não concordava com a escalação, por que não falou com o antigo treinador?", questionou Cuca.

A relação começou com desconfiança, terminou com enorme amizade. Quando voltou ao Palmeiras, em 2017, Cuca fez questão de pedir a permanência de Alberto, em viagem à Itália para estágio com Luciano Spaletti. "Um dia, Alexandre Mattos me ligou e disse para eu voltar, por não aguentar mais ouvir o Cuca dizer que precisava do meu retorno", lembra Valentim.

Um entra na cabeça do outro. Na final da Copa do Brasil, já se sabia que o Atlético-MG seria o ataque e o Athletico-PR, o contragolpe. Só que Cuca radiografou a falha e fez o segundo gol a explorando.

O primeiro nasceu também do curinga, Zaracho, que empurrou a defesa para trás e forçou um pênalti discutível do zagueiro colombiano Nico Hernández.

O terceiro, com vigilância na saída de jogo do Athletico, porque a comissão técnica mineira sabia que o passe não era o ponto forte de Thiago Heleno.

Dos 57% de posse de bola no primeiro tempo, o Atlético passou a 34% na segunda etapa, porque Cuca adora atrasar a marcação e jogar em contra-ataques depois de se adiantar no placar.

A chance dos paranaenses seria passar a controlar a posse de bola com um meio de campo criativo e capaz de tirar a velocidade da partida e do Galo. Mas ficou sufocado, sem trocar passes entre Nikão, Terans e Cittadini, sem fazer a bola chegar a Renato Kayzer ou Pedro Rocha, seus possíveis finalizadores.

O Galo repetiu o que fez nas semifinais contra o Fortaleza, com goleada no jogo de ida, em casa.

No dia do aniversário de Belo Horizonte, um presente à maior torcida da cidade que tem tudo para ser a capital brasileira do futebol, com os dois títulos nacionais da temporada. A Copa do Brasil, depois da conquista do Brasileirão.

Cuca conduz Atlético-MG em goleada por 4 a 0 sobre Athletico - Douglas Magno/AFP

Vinicius Pro
Benzema fez o primeiro gol do Real Madrid na vitória por 2 a 0 no clássico contra o Atlético de Madrid. Sem-pulo lindo, passe de Vinicius Junior. O segundo foi de Asensio, nova jogada do atacante brasileiro. Hoje, Vinicius é o brasileiro mais decisivo da Europa.

Falta Abel
O São Paulo superou a crise com Rogério Ceni e terá o treinador em 2022. Vale para Sylvinho no Corinthians e Fábio Carille no Santos. Nos quatro grandes, falta apenas o sim de Abel Ferreira, que afirmou precisar pensar com a cabeça no travesseiro. A tendência é ficar.

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