PVC

Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

PVC
Descrição de chapéu
PVC

O meu português é mais bonito que o seu

Com a chegada de mais técnicos lusitanos, começam as disputas sobre quem é melhor

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O melhor técnico do mundo é Guardiola, mas se houvesse uma nacionalidade de destaque neste momento seria a alemã. Os três últimos campeões da Champions League foram Jürgen Klopp, Hansi Flick e Thomas Tuchel.

Trazer alemães para o Brasil exigiria intérpretes. Inegável a contribuição que a escola portuguesa, formada a partir do Instituto Nacional de Educação Física, de Lisboa, e da Universidade do Porto, traz a este país do futebol.

Tanto que começam as disputas. Abel é melhor do que Jorge Jesus ou o inverso? Ou o melhor é Vítor Pereira?

Abel Ferreira falou bobagem ao reclamar que os comentaristas analisam seu trabalho, mas não têm cursos de técnicos. Em Portugal, a maioria também não tem.

Abel é diferente de Jorge Jesus e de Vítor Pereira, assim como, no passado, sabia-se que Luxemburgo e Felipão tinham suas qualidades e defeitos, cada um ao seu estilo.

Antes, acontecia o mesmo com Zagallo, Rubens Minelli e Telê Santana. A diferença é que, naquele período, discutia-se se Zico era melhor do que Sócrates ou do que Roberto Dinamite. E hoje o debate é sobre os treinadores, porque nossos maiores craques estão na Europa –foram 23 brasileiros nas oitavas de final da Champions.

Vítor Pereira chega ao Corinthians com títulos no currículo em Portugal, China e Grécia. Seus trabalhos privilegiam o equilíbrio tático, com características de que prefere não abrir mão, como marcar por pressão pela maior parte do tempo possível.

Lembre-se de que Pereira deixou Jorge Jesus de joelhos, ao ajudar o Porto a vencer o Benfica na penúltima rodada do Campeonato Português de 2012/2013. Aos benfiquistas, o troféu parecia ganho até perder o clássico no último lance, gol portista marcado pelo brasileiro Kelvin.

Aquele Porto atuou num 4-3-2-1, com James Rodríguez e Varela um degrau atrás de Jackson Martínez. Vítor Pereira dirigia os atuais laterais da seleção brasileira, Danilo e Alex Sandro. De suas passagens recentes, não conseguiu sucesso no Fenerbahçe. Em crise política, o time turco teve seis técnicos nos últimos dois anos.

Jorge Jesus durante a derrota do Benfica para o Porto, por 2 a 1, na penúltima rodada do Português 2012/2013
Jorge Jesus durante a derrota do Benfica para o Porto, por 2 a 1, na penúltima rodada do Português 2012/2013 - Francisco Leong - 11.mai.2013/AFP

Jorge Jesus chegou ao Brasil credenciado por três títulos portugueses. Antes do Flamengo, seu time mais brilhante foi o Benfica de 2010, de David Luiz, Aimar, Di María, Ramires e Saviola. Quebrou a hegemonia do Porto, tetracampeão, sob o comando de Jesualdo Ferreira em três dos quatro títulos.

Jesualdo, um dos líderes do processo de renovação e formação da nova geração de técnicos de Portugal, só durou quinze partidas no Santos. Passou quatro meses preso no Brasil, durante a pandemia, e foi demitido depois de duas derrotas no retorno do futebol.

Não adianta contratar bem e demitir para atender à pressão. Nesse caso, não vai dar certo nem com brasileiros, nem se o mister vier de Marte.

Abel Ferreira é o técnico do melhor ataque da história do Sporting Braga. Uma estratégia para cada partida, para explorar as deficiências dos adversários. Raphael Veiga já contou como Abel desenhou e treinou a jogada do primeiro gol da final da Libertadores.

Será a segunda vez na história em que três grandes paulistas serão dirigidos por estrangeiros. Em 1944, o São Paulo tinha o português Joreca, o Corinthians era dirigido pelo argentino Tiger e o Palmeiras pelo uruguaio Ventura Cambom.

Trabalho é isso
Jürgen Klopp já criticou a pressa das demissões no Brasil. Há tempos, ele constrói jogadas de ataque num desenho de 3-2-5 ou 2-3-5. A novidade contra o Chelsea, na conquista da Copa da Liga, foi a quantidade de variações num só jogo. Alexander-Arnold é meia, ponta, lateral... tudo!

Anotações
Vítor Pereira e seus assistentes passaram a manhã em Itaquera com um caderno e caneta, anotações de todos os tipos sobre o Corinthians, que não perdeu com Fernando Lázaro. Foram seis vitórias e um empate. Mas apenas dois desarmes no ataque, fruto de marcação por pressão.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.