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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Corinthians mostra que mescla pode ser o caminho no Brasileiro

Não existe jogo moderno sem pressão e não existe pressão com sete jogadores acima de 31 anos

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Dos cinco desarmes do Corinthians nos primeiros vinte minutos de jogo, quatro aconteceram no campo de ataque. Foi o tempo de fazer 1 a 0, gol de Paulinho, em infiltração típica de seus melhores dias.

Mano Menezes, colega de Vítor Pereira no curso de treinadores da Uefa, costumava dizer que Paulinho sai do meio de campo e chega à marca do pênalti no mesmo tempo em que você pisca.

Foi o que aconteceu: Corinthians 1 a 0.

Dos onze escolhidos por Vítor Pereira, oito tinham menos de 30 anos. Os outros três eram Cássio, Paulinho e Willian.

Mantuan comemora com Cássio um dos gols da vitória corintiana no Rio de Janeiro
Mantuan comemora com Cássio um dos gols da vitória corintiana no Rio de Janeiro - Sergio Moraes/Reuters

Usualmente, o Corinthians escala seis ou sete acima de 31 anos. Mais jovem, o Corinthians teve boa atuação, marcação pesada, recuperações de bola que se tornavam trocas de passes em direção ao gol.

O clássico no Rio misturou a frustração do Botafogo, por perceber que não será suficiente contratar bons jogadores em cima da hora para montar um time, contra a esperança corintiana, de ter qualidade suficiente para descansar veteranos e ter a vitalidade de que Vítor Pereira precisa.

Não existe jogo moderno sem pressão e não existe pressão com sete jogadores acima de 31 anos jogando duas vezes por semana. A realidade chegou para o treinador português, do Corinthians, depois de sete partidas, com apenas duas vitórias, e contra dois rebaixados do Campeonato Paulista, Ponte Preta e Novorizontino.

Sua oitava vez, contra o Botafogo, foi a sexta fora de casa.

Neste período, o português conheceu a força das torcidas de São Paulo, no Morumbi, e Palmeiras, no Allianz Parque, o calor de Novo Horizonte, a altitude de La Paz, as viagens longas e as ameaças de morte a seus jogadores.

Também cobranças por resultados, como se jogasse todo dia no estádio do Dragão, no norte de Portugal.

Não existirá a marcação que o treinador português deseja, se não houver rotação do elenco, jogando 60 partidas em 207 dias – a soma de Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil resulta nesses números.

Pela primeira vez, Vítor Pereira deu a noção de que entendeu isso, ao colocar Renato Augusto e Gil no banco de reservas e chegar a apenas um veterano acima dos 30 anos nos primeiros 15 minutos do segundo tempo.

Período em que o Corinthians perdeu rendimento. A razão é clara. Os jovens corintianos ainda não parecem maduros como os do São Paulo ou do Palmeiras. Houve um momento em que havia oito pratas da casa corintianos em campo: João Victor, Raul Gustavo, Piton, Du Queiroz, Roni, Adson, Giovane e Mosquito.

O time fica mais jovem, oferece mais vitalidade e tem menos qualidade. Tudo na vida tem ônus e bônus. No Parque São Jorge, a montagem do elenco privilegiou antigos ídolos. São fantásticos, mas o time não alcança o nível de competição adequado à filosofia de Vítor Pereira.

Mesclar com garotos é indispensável, mesmo que traga problemas momentâneos.

Campinho
Corinthians pressionando com garotos: Mantuan e Maycon -
Campinho
Corinthians jogando com veteranos: até sete acima dos 31 anos -

O Corinthians contratou o técnico certo e montou o elenco inadequado a ele. A vitória contra o Botafogo mostra que Vítor Pereira percebe que precisa encontrar o meio-termo. Não foi uma atuação homogênea, boa do início ao fim. Mas deu noção de que poderá haver boas campanhas no Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil. Com a mescla adequada e sempre com a sabedoria de que o Botafogo atual não é parâmetro.

Ciência x Viagens
O Palmeiras perdeu para o cansaço, contra o Ceará, mas seu departamento de saúde e performance entende que poderá atenuar a preparação feita para chegar ao ápice no Mundial. Não vai ser fácil. O Palmeiras vai sofrer por ter tentado ganhar o Mundial e pode cair no meio do ano.

Guardiola
​O presidente da CBF diz que não fez proposta a Guardiola. Diz que só pensará na substituição de Tite, se precisar, depois da Copa do Mundo. Decisão correta. A notícia do Marca aponta para proposta com metade do salário atual do técnico catalão. Não faz sentido.

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