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Jornalista e autor de "Escola Brasileira de Futebol". Cobriu sete Copas e nove finais de Champions.

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Clássico entre Corinthians e São Paulo teve 'times camaleões' e jovens decisivos

Times de Rogério Ceni e Vítor Pereira foram a campo com esquemas táticos espelhados

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Rogério Ceni treinou a formação com três zagueiros nas últimas semanas e esta notícia não chegou ao técnico do Corinthians, Vítor Pereira. Mesmo assim, a decisão do treinador português foi de adotar o mesmo sistema tático e iniciar o clássico com três zagueiros.

Queria explorar os lados. Foi surpreendido pela decisão de Rogério formar linha de cinco.

A vantagem são-paulina no primeiro tempo, que deu a ilusão de sua primeira vitória na Neo Química Arena, não se deveu à segurança defensiva, mas à qualidade e força do meio de campo. Atuação irrepreensível de Rodrigo Nestor, jogador que se firma a cada nova escalação e é capaz de orientar, organizar e atacar com a sabedoria dos experientes, apesar dos 21 anos.

Adson e Patrick disputam bola no clássico, na Neo Química Arena, que terminou em 1 a 1, neste domingo (22)
Adson e Patrick disputam bola no clássico, na Neo Química Arena, que terminou em 1 a 1, neste domingo (22) - Amanda Perobelli/Reuters

O São Paulo precisa colocar nos cofres mais de R$ 100 milhões em vendas de jogadores, mas recusou oferta do Botafogo, em janeiro, para vender Rodrigo Nestor. Também não aceitou proposta do Dallas, dos Estados Unidos, por Gabriel Sara.

Por mais que tenha contratado, o bom trabalho do time de Rogério Ceni se deve à qualidade de seus jovens. O São Paulo sentiu muito a substituição de Rodrigo Nestor por Gabriel Neves. A equipe tricolor recuou, e o Corinthians teve boas alterações feitas por Vítor Pereira, que pareceu ler os pensamentos de Rogério.

Ao sistema de três zagueiros, respondeu com sua equipe montada igual. Rogério também reagiu à alteração de Vítor Pereira, ao desistir do terceiro zagueiro e reforçar o lado esquerdo de sua equipe, depois da entrada de Adson, pela direita. Mas foi Adson quem empatou o jogo, cabeceando cruzamento perfeito de Lucas Piton.

O clássico mostrou duas características deste início de campeonato. Os técnicos são estrategistas e interferem nas partidas de acordo com as alterações de seus colegas. E as revelações aparecem.

O Corinthians escalou sete pratas da casa, entre os recém-descobertos, como Du Queiroz, Mantuan e Raul Gustavo, e os retornados, casos de Willian, Jô e Maycon. O São Paulo escalou Diego Costa, Rodrigo Nestor e Igor Gomes, um curinga, cada vez mais importante em funções variadas.

Por treze minutos, ele jogou como primeiro volante, entre a volta do intervalo e a entrada de Gabriel Neves. Não com a mesma capacidade de desarme de Du Queiroz, definitivamente adaptado à posição, recordista de recuperações de bola no clássico –seis no total.

Campinhos do pvc do dia 23.mai.2022
Esquemas táticos de Corinthians e São Paulo no clássico deste domingo (22) - Núcleo de Imagem

Ainda não é possível definir Corinthians e São Paulo como candidatos ao título, diferentemente do Palmeiras, que agora ocupa a vice-liderança, beneficiado pela perda de dois pontos dos rivais.

Mas o clássico mostra Corinthians e São Paulo em evolução. Tanto Vítor Pereira, quanto Rogério Ceni fazem suas equipes serem camaleões, com mudanças de posicionamento e de sistemas táticos a cada momento de cada partida, mais do que a cada rival.

De tudo o que houve em Itaquera, o beneficiado foi o Corinthians. Ainda sem vencer clássicos no ano, evitou ter a sexta derrota consecutiva contra seus rivais pela primeira vez em sua história centenária. Manteve a liderança do campeonato e segue sem ser derrotado pelo São Paulo dentro de seu novo estádio –dez vitórias e seis empates.

Para quem foi muito inferior no primeiro tempo, o Corinthians sai com peito mais estufado do que os são-paulinos.

Palmeiras chegou

Abel Ferreira segue com pouco rodízio e bom desempenho. Nenhum time do país tem a performance tão vinculada à pontuação quanto o Palmeiras de hoje. Poupou cinco titulares contra o Emelec, foi apenas sem Veiga contra o Juventude. Já é o vice-líder.

Guardiola

O Manchester City mereceu o título inglês, porque teve o melhor ataque, a melhor defesa e liderou 23 rodadas. Mas Guardiola sentiu o baque da derrota na semifinal da Champions. O time também sentiu o peso mental. Técnica e tática seguraram a cabeça, mas foi por pouco.

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