Abel Ferreira fez suas primeiras substituições aos 32 minutos do segundo tempo, depois de Vanderlei Luxemburgo ter realizado cinco. Há uma eterna pergunta na torcida corintiana: se Luxemburgo melhora o time com as alterações ou corrige o que fez de errado antes.
Há exageros nas críticas ao técnico do Corinthians. Ele se comunicou mal na entrevista coletiva depois da classificação na Copa Sul-Americana, contra o Estudiantes. Mas não deveria ter vergonha de se classificar, como se perguntou.
Há problemas que não são de Luxemburgo, mas do clube. Se não ganhar a Sul-Americana, completará quatro temporadas sem títulos, pela primeira vez em 36 anos, o maior jejum de troféus desde a saída da fila, em 1977.
Com todos os problemas, o Corinthians teve a melhor chance do primeiro tempo. Passe de Giuliano para Yuri Alberto passar a Maycon, chute seco, defesa com o pé direito de Wéverton.
Há um ano, a classificação nas oitavas de final da Libertadores, contra o Boca Juniors, não teve seis bolas na trave, mas viu-se o Corinthians escapar do sufoco e avançar nos pênaltis. A única diferença era o técnico Vítor Pereira, em vez de Luxemburgo.
É claro que Luxemburgo não é sombra do que foi como treinador. Nem poderia ser aos 71 anos, mais idoso treinador corintiano. Há o que comemorar. Não apenas o empate que impediu o Palmeiras de se aproximar do Botafogo. Especialmente, a chance de ser campeão da Sul-Americana. Improvável e possível.
O Palmeiras perdeu a chance de se aproximar do Botafogo, reduzir a distância, de catorze pontos na 15ª rodada, para oito na 22ª. Não conseguiu. A diferença atual é de dez pontos, 51 para os botafoguenses, 41 para os palmeirenses.
A dificuldade de alcançar o Botafogo é igual à certeza de que se pode perder a Libertadores em um momento ruim, um erro de um zagueiro, um gol perdido por um atacante. O Palmeiras precisava de mais ímpeto em Itaquera, o Corinthians, não.
Porque é justo notar os erros que fazem o Corinthians lutar contra o rebaixamento e por um troféu continental.
Equívocos como ter quatro técnicos sentados no banco de reservas nas quatro primeiras rodadas. Começar o Brasileiro com sete titulares acima de 31 anos, rejuvenescer a equipe, descobrir Moscardo, efetivar Murillo no lugar de Balbuena na zaga e perder cinco jogadores: Roger Guedes, Murillo, Ádson, Du Queiroz e o próprio Balbuena.
Alguns, como o zagueiro paraguaio, liberado por escolha do próprio treinador.
O Brasil insiste em levar seus técnicos todos ao banco dos réus. Nos últimos quatro anos, o Corinthians foi pior do que Luxemburgo. O treinador foi campeão paulista de 2020, o Parque São Jorge não coloca nenhum troféu em sua galeria desde 2019.
Também não foi bem o Palmeiras, embora especificamente no domingo, por não ter conseguido vencer seu maior rival, com problemas e críticas após a classificação na Copa Sul-Americana.
Com a oportunidade de se aproximar do Botafogo e colocar pressão no líder do Brasileiro, não perdeu a sequência de seis jogos sem perder o Dérbi e também não conseguiu colocar-se numa posição em que possa sonhar pelo título.
Entre a expectativa no Parque Antarctica e o risco de Luxemburgo, é justo dizer que foi 0 x 0 para o Corinthians.
BRUNO LAGE
O técnico líder do Brasileiro desequilibrou-se. Em Portugal, diz-se que pode não ter casca para suportar a pressão, por vezes irracional, do Brasil. Luís Castro saiu, em parte, por este motivo. Por mais que Lage tenha criado um problema desproporcional, errou, evidencia que o Brasil precisa entender melhor as derrotas.
CALMA NESTA HORA
O São Paulo terá muito tempo para preparar a formação com James Rodriguez, Lucas e Calleri como titulares. Há resistências na comissão técnica e o entendimento de que será preciso igualar talento na final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. James tira combatividade, empresta talento.
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