Um amigo liberal me dizia que a instituição do salário mínimo não fazia sentido. Devia ser o mercado a fixar os limites. Como todos os liberais, ele confia na sabedoria do mercado e desconfia do Estado, que só dá subsídios —essa praga.
Isso exceto quando, por circunstâncias do sábio mercado, uma empresa de que ele gosta vai à falência. Aí ele exige que o Estado dê subsídio, que nessa altura se chama "bailout".
O mercado costuma ter a sensatez de exigir coisas em inglês, para não passar vergonha. O argumento dele era o seguinte: "Se o salário mínimo é assim tão importante, por que fixá-lo apenas em pouco mais de R$ 1.400? Aumenta logo para R$ 10 mil."
Como isso levaria à catástrofe econômica, ele concluía que a existência de salário mínimo era estupidez. Eu concordei. E aproveitei para me manifestar também contra a nutrição de crianças. "Se a nutrição de crianças é assim tão importante, por que dar a elas apenas uma pequena porção de comida? Dá logo dez quilos de carne por refeição." Como isso faria a criança estourar, concluí que a nutrição de crianças é estupidez. Há algum tempo que não vejo esse meu amigo.
Um alemão de 62 anos, residente em Magdeburgo, se vacinou contra a Covid 217 vezes, revelou um estudo na revista The Lancet. Embora desaconselhem a prática, os cientistas verificaram que o homem não sofreu qualquer efeito colateral, e o seu sistema imunológico opera sem nenhum problema.
Não sou contra o fato de as pessoas terem um hobby e, como nos últimos cem anos já vi surgirem na Alemanha lunáticos de envergadura, fico satisfeito por a excentricidade alemã se encontrar, hoje em dia, neste nível. Mas fico desapontado.
Ainda me lembro do tempo em que havia quem garantisse que os vacinados tinham inoculado um microchip fabricado a partir de nanotecnologias de geolocalização 5G, para que o presidente da China fosse informado a cada vez que a gente desse um passo.
As provas eram os objetos metálicos que os vacinados passavam a atrair, visto que o microchip tinha capacidade magnética. Vi os vídeos do garfo colado ao braço. Ora, este alemão deveria ser, neste momento, o centro tecnológico mais avançado da Europa.
A fábrica da Apple, ao pé dele, seria uma máquina a vapor. Não poderia sair à rua sem que seu braço atraísse um Fiat Fiorino, o que segundo o estudo não acontece. Que desilusão.
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