1 - O Brasil mostrou que mudou de patamar no quadro de medalhas.
A 13ª posição no quadro das Olimpíadas do Rio, em 2016, poderia não ser um indicador muito fiável da força relativa, dado que obtida com a peculiaridade da disputa em casa. O 12⁰ lugar em Tóquio resolve eventual dúvida.
O país não só adentrou um bloco antes distante, o dos 20 primeiros colocados, em ouros e em pódios, como se manteve competitivo para ingressar no top ten, objetivo traçado já na edição anterior.
A colocação foi exatamente a prevista pela Gracenote, empresa de dados que tenta antecipar resultados olímpicos. Para registro, a estimativa dava 24 medalhas ao Brasil; sendo 7 de ouro, 5 de prata e 12 de bronze. No fim, foram 21 medalhas (7-6-8).
Duas frases resumem uma delegação mais autoconfiante. “Eu queria a medalha de ouro e fui atrás”, do canoísta Isaquias Queiroz, e “Não quero o bronze, quero o ouro. Estou aqui para ganhar”, de Italo Ferreira. Ambos conseguiram.
2 - Recordes não são tão previsíveis assim
O maior nadador de todos os tempos, Michael Phelps, previa que dificilmente Tóquio traria recordes nas piscinas, por causa de toda a interrupção provocada pela pandemia.
Não foi bem assim. Caíram 33 recordes olímpicos na natação, 10 a mais do que na Rio-16.
Melhores marcas mundiais foram superadas também no atletismo, no ciclismo, no levantamento de peso e na escalada.
O que deixa em aberto uma questão: um calendário mais enxuto seria benéfico para o desempenho dos atletas? E como coadunar isso com as demandas de patrocinadores e mídia esportiva?
3 - Os novos esportes são o futuro
O Comitê Olímpico Internacional acertou ao renovar a oferta de modalidades, com a inclusão de cinco novas disputas em Tóquio. Skate e surfe atraíram a atenção de público mais jovem.
O desafio para as próximas edições continua sendo evitar o agigantamento dos Jogos. Para isso, reexaminar a pertinência dos esportes atuais será crucial.
4 - Uma luz na pandemia
Mostrou-se acertada a decisão de levar adiante a realização das Olimpíadas, a despeito de todo o risco sanitário. Tóquio mostrou que é possível vislumbrar alguma normalidade após um ano e meio de pandemia.
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