Desde a infância eu desejava visitar o Japão, mas obviamente era algo bem distante da minha realidade periférica. Contudo, após iniciar este meu atual projeto, em março de 2022, eu soube que seria questão de tempo para eu poder vivenciar esse momento. Portanto, a hora chegou! Saí de Angola em direção à cidade de Tóquio, Japão.
Assim que cheguei ao aeroporto, o que até então era apenas boato para mim se tornou concreto. Eu fiquei maravilhado com o atendimento cordial e respeitoso na imigração japonesa. É difícil pôr os pés neste país e não se encantar com a limpeza, gentileza e tecnologia.
Eu fui recepcionado por Miguel Kamiunten, brasileiro que vive há mais de 30 anos no país e que conheci através de uma conexão com Carla Bahia, minha seguidora do Instagram. Ele fez questão de programar atrações que geralmente apenas os nativos têm conhecimento, assim como indicar excelentes restaurantes que muitas vezes são esquecidos.
Considerando que eu estou há 19 meses fora do Brasil, Miguel optou por me levar em Gunma.
A cidade, localizada ao norte de Tóquio, tem aproximadamente 40 mil habitantes. Desses, cerca de 10% são brasileiros, o que explica as comidas, bebidas, supermercados e muitas atrações do nosso país naquele local.
Foi bom estar com esse gostinho, mas meu desejo era imergir nos hábitos desta cultura! Assim, seguimos com a nossa programação, que além de me proporcionar experiências enraizadas na cultura japonesa incluía atrações turísticas tradicionais.
Em meu terceiro dia em Tóquio, pude conhecer Kathia Nakayama, nipo-brasileira que mora há 20 anos no país. Uma mulher incrível, que junto com Miguel fez com que eu pudesse me aprofundar na gastronomia da região.
No entanto, para entender qualquer país é necessário vermos todos os lados. Por conta disso, em Yokohama pude visitar abrigos e alojamentos destinados às pessoas que se encontram em situações de vulnerabilidade. Isso não era algo que eu esperava encontrar.
Ao caminhar pelas ruas, fiquei surpreso ao presenciar manifestações e reivindicações, porque eu tinha a impressão de que os japoneses no geral eram "reservados".
A barreira do idioma não chegou a ser um problema, porque eu sempre estava acompanhado de alguém que fala japonês. Mas chegando lá vi que o problema era maior do que eu imaginava. Poucos falam inglês, até mesmo em hotéis. No meu hotel em Tóquio os recepcionistas não falavam inglês (e isso em um hotel grande, perto da estação de trem).
Por outro lado, os japoneses que falam inglês muitas vezes têm vergonha. Sabe a busca de perfeição japonesa? Pois é, isso existe.
Continuei andando até que cheguei à rua Takeshita, destino ideal para os amantes da moda japonesa. Após algum tempo, lá estava eu sendo uma das quatro milhões de pessoas que passam todos os dias pela esquina de Shibuya!
Foram sete dias enriquecedores, e estar sob uma atmosfera tão acolhedora me instigou a estabelecer uma data de retorno.
Japão, prometo conhecer mais de você com os meus próprios olhos.
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