Ronaldo Lemos

Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

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Descrição de chapéu Folhajus

Chegar à economia do conhecimento

É preciso acordar para o fato de que é possível aprender qualquer coisa de graça, online

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Um jeito de resumir o caminho a ser trilhado para o Brasil se desenvolver está em uma fórmula simples: precisamos aprender a transformar conhecimento em produtos, serviços e geração de valor.

Hoje, o país possui boa capacidade de transformar recursos naturais em valor econômico, seja na mineração ou no agronegócio. No entanto, ainda precisamos de mais pessoas, empresas e organizações capazes de transformar conhecimento em valor.

Para dar esse salto de economia dependente da natureza para economia movida a ideias, é preciso investir em pessoas, como fizeram vários países na Ásia. Não é aceitável que hoje no Brasil os 10% melhores alunos (incluindo ensino particular) correspondam aos 10% piores alunos do Vietnã, país em desenvolvimento que enfrentou anos de guerra.

A melhor forma de prever o futuro é olhar o sistema educacional de um país no presente. Esta é uma boa bola de cristal: o estado da educação hoje permite prever o que acontecerá no país dali a 20 ou 25 anos.

Nesse contexto, um caminho que pode ser promissor na luta por saltos educacionais é o chamado ensino híbrido. Em outras palavras, aproveitar o que há de melhor no ensino presencial realizado na escola e o que há de melhor na capacidade de ensinar pela internet, simultaneamente.

Por exemplo, pegar a parte que funcionou da experiência forçada de educação online durante a pandemia (que tanto enlouqueceu pais e professores), só que de forma complementar.

Por um lado, isso requer investimento em infraestrutura e conexão de alta velocidade, especialmente lembrando que há no país 70 milhões de brasileiros mal conectados ou desconectados.

Por outro, requer avanços em termos metodológicos. Hoje, é possível aprender praticamente qualquer coisa pela internet, de graça. Por exemplo, habilidades práticas como consertar a bicicleta, o chuveiro, fazer pão, tocar um instrumento ou falar um idioma.

Dá para aprender também a habilidade central do mundo contemporâneo, que é programação, de graça pela rede. Mais que isso, é possível aprender também matemática, geografia, biologia. Ou ainda design gráfico ou os pilares práticos de ferramentas de inteligência artificial. Há tutoriais (muitos em vídeo) para qualquer tipo de conhecimento.

Essa constatação de que dá para aprender tudo pela rede precisa ser urgentemente incluída nos currículos educacionais formais. A habilidade mais importante que alguém pode adquirir hoje é justamente acordar para o fato de que pode aprender qualquer coisa sozinho, de graça, se estiver online.

Mais do que isso, é possível incentivar um empreendedorismo baseado em ideias a partir dessa constatação. Inovação pode ser feita de ideias grandes ou pequenas.

Um conhecimento novo adquirido na internet vendo um vídeo pode se transformar em um produto ou serviço inédito, capaz de gerar um mercado novo. Nesse sentido, um país pode dizer que está no caminho certo para uma economia baseada em conhecimento quando as micro, pequenas e médias empresas passam a participar do processo de inovação.

Uma avenida para isso é a educação formal. Enquanto ela não chega como deveria, a aquisição de conhecimentos e habilidades informalmente pela internet ajuda muito.

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