VAR para o inferno o VAR. VAR para o inferno a comissão de arbitragem do futebol brasileiro, que não sabe brincar de VAR. E VAR para o inferno a CBF, que não usa o dinheiro que tem, e tem muito, para aprimorar a arbitragem e o próprio VAR.
Nunca entendi as pessoas que eram contra a utilização do VAR no futebol brasileiro. O auxílio do vídeo é usado para melhorar vários esportes, como o tênis, o rúgbi, o futebol americano, o vôlei, o basquete etc. Mas depois do 2 a 2 entre Athletico-PR e Flamengo (mais um), no meio da semana, fica mais difícil a defesa do equipamento no Brasil. O VAR é tão mal utilizado que faz até Renato Gaúcho ter razão.
O lance da discórdia: atacante do time paranaense, Renato Kayzer deve ter esquecido que tinha alguém olhando ou que o jogo estava na TV, ou então tinha uma bronca pessoal com o amiguinho do Flamengo. Assim, tentou agredi-lo por cima e por baixo ainda no primeiro tempo. E, pasmem, o juiz viu. E, pasmem, tomou a providência correta, expulsando o moço Kayzer. Mas, pasmem, o VAR chamou e fez com que o juiz "desvisse" o que viu. Deve ser algo inédito no futebol mundial.
No momento da expulsão, o jogo já estava 2 a 0 para o Flamengo e, provavelmente, com um jogador a mais, o time do Rio dificilmente perderia a vantagem. Perdeu. E o primeiro gol no empate atleticano foi "sabe de queeemmm"? Dele mesmo, o intrépido atacante-boxeador Kayzer. Renato Gaúcho, que nunca fala de arbitragem, a não ser quando fala de arbitragem, ficou possesso no pós-jogo, e com razão.
Aliás, o gol de Kayzer também ocasionou mais um momento constrangedor da arbitragem. O assistente marcou um impedimento, mesmo com dois jogadores do Flamengo dando condição legal. Não, não era um lance milimétrico ou "ajustado" (palavrinha da moda, equivalente em popularidade à "narrativa" para a CPI).
Sem falar que ver o VAR em ação é angustiante, um tempo que não volta (nem para o jogo). Se usassem a transmissão da TV para dizer se é impedimento ou não, seria mais fácil, e bem mais rápido.
Mas talvez a arbitragem do Brasil não tenha culpa de ser tão ruim. O problema é colocar amadores para comandar um esporte que deveria ser profissional. Se os árbitros pudessem se dedicar a serem árbitros, provavelmente o número de erros seria menor. E nem custaria tanto dinheiro assim, visto o que fatura a CBF sem fazer quase nada.
E o equipamento do VAR brasileiro? Digno de pena. Assistir ao VAR em ação na Premier League e, no mesmo dia, no Campeonato Brasileiro, faz qualquer um se esconder de vergonha. É como querer comparar a equipe Haas com a Mercedes na F1; ou o Batman de Joel Schumacher com o Batman de Christopher Nolan. Simplesmente não dá. E é possível ter um equipamento melhor no Brasil? Simmmm. Como? Pagando, certo, CBF?
VAR EUROPEU
Pela Champions League, o poderoso PSG (um Flamengo da Europa) enfrentou na Alemanha o Red Bull Leipzig (o Red Bull Bragantino mais famoso). Fim do jogo, PSG vencendo por 2 a 1. E o VAR chama o juiz para ver um empurrão na área que renderia um pênalti para o Leipzig, que acabou confirmado. Sabe quantos jogadores escoltaram o juiz até o monitor do VAR? Nenhum. Quantos ficaram o tempo todo falando em sua orelha? Nenhum. E quantos reclamaram veementemente da mudança de marcação? Talvez um… no máximo dois. Ou seja, 20 a menos que no Brasil.
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