Não dá para escapar, principalmente nesta semana. Só se fala em outra coisa. E olha que estamos em fase final de preparação para a Copa. Mas o assunto do momento é um só: eleição.
E, ouvindo atentamente alguns canais-institutos antes da votação de domingo, já é possível cravar o resultado da boca de urna do Brasileiro, um DataMacedo: Palmeiras é campeão.
Para começar, os números que estão aí são de difícil reversão. A diferença para o segundo colocado aumentou, agora é de nove pontos, bem distante da margem de erro. Também há dúvidas sobre quem é a segunda via, a cada hora aparece um, o da vez é o Fluminense.
De acordo com o departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, as chances de título são de 95,6% contra 2,7% do tricolor do Rio. Nem vale a pena mencionar o terceiro.
Em um canal de televisão nesta quinta (29), o analista político-boleiro cravou algo como "se eu tivesse que apostar cenzinho, apostaria no Palmeiras". Em outro canal, o moço que gosta de usar o Flamengo como metáfora para qualquer tema, comparou que a possibilidade de o Palmeiras perder o título é a mesma que o rubro-negro tinha de eliminação para o Vélez, na Libertadores, após vitória por 4 a 0 no jogo de ida. Nenhuma.
O slogan de campanha para o título alviverde —o "contra tudo e contra todos"— ganhou reforço após mais uma desastrosa arbitragem no jogo contra o Atlético Mineiro. O VAR não chamou o juiz para uma marcação de pênalti, e o moço-árbitro ainda anulou um gol legal por ver uma falta inexistente.
Ao contrário da urna eletrônica do Brasil, que vai muito bem, obrigado, o VAR continua um desastre. Simplesmente não funciona. Está na hora de alguém nomear Alexandre de Moraes como o presidente do VAR, não imagino outra solução.
Antes da tal festa (tensa) da democracia dominical, tem mais time em clima de eleição. O São Paulo está no estilo segundo turno, quando só um adversário importa. No caso, o Independiente del Valle, do Equador, rival na final em jogo único da Sul-Americana —aquele torneio para o qual nenhum time grande quer se classificar, mas, uma vez na final, todos querem ganhar.
Como bom candidato, Rogério Ceni está firme nos debates, com réplicas afiadas. Já colocou o cargo à disposição para o caso de voltar sem título, algo na linha "nunca mais vote em mim". Já avisou que não trabalha por dinheiro, como todo bom político. E aproveitou para brincar com um amiguinho.
"Não vou dizer que sou igual ao Vítor Pereira, que tem mais dinheiro do que eu, pois recebe em euro. Com todo respeito e admiração por ele, a minha conta não é igual à do Vítor Pereira. Mas sou apaixonado pelo que faço. A responsabilidade é minha, e, dia 2, se eu não ganhar o título e quiserem mandar-me embora, eu abro mão da minha cláusula." É discurso para convencer qualquer indeciso na torcida.
Aliás, se o professor Tite confirmar a decisão de deixar a seleção brasileira após a Copa do Qatar, e se o substituto tiver que ser brasileiro, votarei em Rogério Ceni por quatro anos, com chance de reeleição.
Por fim, no vestiário do Paris Saint-Germain, Mbappé e Neymar continuam em clima mais estranho do que Lula e Ciro Gomes —que deveriam ter o mesmo rival, mas preferem se bicar. E, segundo a imprensa francesa, o papel de Messi agora é de mediador. Segura essa, Bonner. É a festa da democracia.
O choro do tenista Rafael Nadal na partida de despedida do chorão Roger Federer foi uma das imagens mais bonitas do ano no esporte, levando inclusive o colunista chorão às lágrimas também. Registro feito.
O Atlético-GO procura o técnico-frila de outubro para o Brasileiro. O time que foi eliminado nos pênaltis na semifinal da Sul-Americana anunciou que entrou em comum acordo com Eduardo Baptista, o técnico de setembro.
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