Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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E se o Brasil tivesse jogado a final da Copa?

Em final contra a França, sem laterais, Brasil escalaria atacantes no setor

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Esta foi a maior final de uma Copa desde… Bem, para este escriba, esta foi a maior decisão de um Mundial de todos os tempos. Ponto final. Ou ponto e vírgula? Reza a lenda que a de 1966 foi bem "wonderful", com a Inglaterra saindo atrás, virando, sofrendo empate aos 90 minutos e fazendo dois gols na prorrogação, incluindo um mandrake-pré-VAR.

Voltando a 2022, além de ver o jogador mais boa-praça e menos badalado do famoso trio do Qatar Saint-Germain sendo campeão —e aguentar os argentinos renovando o arsenal de hits de estádios—, os brasileiros vão ficar durante algum tempo com a famosa questão "e se…".

Neymar e Antony em jogo no Qatar
Neymar e Antony em jogo no Qatar - Li Ming/Xinhua

Afinal, se o Brasil não tivesse tido um surto alucinógeno naqueles malditos quatro minutos finais da prorrogação, teria superado a Croácia com o golaço de Neymar.

Imaginar a seleção na decisão também significa conceber que Tite e seus comandados passariam pela Argentina na semi, para disputar o título com a França. Pois vamos explorar este metaverso.

Teorias de internautas filósofos da bola apontam que a Argentina que venceu a Croácia por 3 a 0 massacraria o Brasil. Não é verdade. Cada jogo é um jogo e o comportamento dos hermanos seria diferente se tivessem pela frente os brasilianos —como a Croácia também não jogou da mesma maneira.

Mas vamos pensar que o Brasil se vingaria da derrota da Copa América para enfrentar a França na decisão.

O noticiário da semana pré-jogo seria todo apontando para a questão, "qual presidente vai representar o país no Qatar, o eleito ou o deprimido?". No fim, nenhum dos dois iria. Provavelmente o país seria representado por Eduardo Bolsonaro, que poderia usar sua roupa de xeque árabe.

Antes da decisão contra a França, Tite treinaria diferentes esquemas táticos, com os atacantes Gabriel Martinelli e Antony jogando como laterais —não teríamos mais laterais, Alex Sandro voltaria a sentir contra a Argentina; e Daniel Alves seria opção no banco caso todos os outros convocados não pudessem jogar.

A França chegou à decisão com muitos atletas aparentemente desgastados, ou pela maratona de jogos ou pela gripe que correu solta na delegação (não é Covid, se ninguém testou, ninguém pegou).

Logo no início, depois de uns 3 minutos de estudos, o Brasil iria para cima, com Martinelli esquecendo que era lateral e formando dupla de ataque com Vinicius Junior. Mbappé jogaria nas costas dele, com arrancadas perigosas.

Antes dos 30 minutos já estaria 2 a 2. Dois de Mbappé de um lado; um de Pombo e outro de Neymar, de pênalti, sofrido por Martinelli, do outro.

Com todo mundo atacando, teríamos muitos lances de impedimento ajustado e o VAR seria um dos destaques da final, acionado em vários gols irregulares.

Na parte final do segundo tempo, com o medo de levar um gol decisivo, os times ficariam mais cuidadosos. Neymar, com o tornozelo doendo, não marcaria ninguém e ficaria parado no grande círculo do meio-campo, tentando acionar Vini e pequeno Rapha.

Na prorrogação, sai Martinelli e entra Daniel Alves. Galvão Bueno grita esganiçado ao ver Dani na beira do gramado, pronto para entrar. "Pode isso, Caio?".

A França então usa sua arma secreta, escondida no banco de reservas, Benzema —se é para imaginar, Benzema chegou ao Qatar para a final. Galvão se desespera de novo: "Ele pode jogar, Caio?".

Cinco minutos após entrar, Benzema coloca a mão na coxa, sente uma lesão e pede para sair. Não tem mais alteração, e ele fica em campo, marcando Dani Alves.

O jogo dramaticamente vai para os pênaltis...

Agora pode pensar no resultado que achar mais conveniente, mas saiba que, no Brasil, Neymar é o quinto a bater.

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