Sandro Macedo

Formado em jornalismo, começou a escrever na Folha em 2001. Passou por diversas editorias no jornal e atualmente assina o blog Copo Cheio, sobre o cenário cervejeiro, e uma coluna em Esporte

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Sandro Macedo
Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

O Botafogo não é o Arsenal; e o Palmeiras não é o City

As comparações do alvinegro agora são com o Leicester (e isso é um elogio)

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Mais de uma vez neste ano, Botafogo e Arsenal foram unidos pelo mesmo "trending topic". Primeiro foi quando o time do Rio conseguiu uma vitória na Copa do Brasil, de virada, depois dos acréscimos. Naquela mesma semana, os londrinos venceram de virada, depois dos acréscimos. Aqui foi polêmico. Lá foi heroico.

Algum tempo depois e Botafogo e Arsenal voltam a protagonizar o mesmo parágrafo. Agora, pela campanha avassaladora do alvinegro nas primeiras 12 rodadas do Brasileiro. O desempenho tem sido comparado ao dos Gunners, que também tiveram uma grande arrancada na mais recente Premier League, mas perderam o fôlego.

Ou seja, a comparação é meio para dizer: "Olha o Botafogo com campanha de campeão… Mas o Arsenal fez a mesma coisa e foi atropelado pelo Manchester City na reta final".

Rafael protege a bola de Dudu na vitória do Botafogo - Amanda Perobelli - 25.jun.23/Reuters

Como torcedor do Arsenal (uhu), sempre comentava com os amigos que, para ser campeão, o time precisava abrir mais de seis pontos do City, pois esperava a derrota nos dois confrontos (um espírito meio botafoguense, replicou um coleguinha). Infelizmente, o Arsenal não só perdeu os dois duelos, como alguns outros, deixando o título com o time dos Emirados Árabes de Manchester.

Por aqui, o primeiro grande desafio à candidatura do Botafogo como postulante oficial-real ao título era o Palmeiras. E a tabela com duas rodadas espremidas após a Data Fifa parecia desenhada para o atual campeão assumir a liderança. Antes da parada, a pontuação marcava 24 a 22 para os cariocas com um confronto direto agendado para o domingo.

Na quarta passada, palmeirenses —atualmente os torcedores mais confiantes do país, com motivos— tinham certeza de que acordariam na segunda-feira como líderes. Mas, assim como o Botafogo não é o Arsenal (neste caso, isso é um elogio), o Palmeiras não é o City (ninguém é). Foi o time de São Paulo que, meio como o Arsenal, deixou pontos que não deveria contra o Bahia.

E aí, no confronto direto, o Botafogo provou de vez que não é coelho de maratona, daqueles que dão uma arrancada para puxar o ritmo e depois abandonam a corrida. Tudo bem, faltou um tiquinho de sorte para o Palmeiras. Mas não faltou Tiquinho para o rival. Tiquinho, o botafoguense, é o nosso Haaland. Artilheiro com 10 gols, contra 6 de Vitor Roque e 5 do incrível Hulk. E Haaland não é do Arsenal, é do City.

Tiquinho finaliza para definir o placar no Allianz Parque - Amanda Perobelli - 25.jun.23/Reuters

Assim, esta segunda-feira começa com o Botafogo mais folgado do que nunca na liderança. E assim será também na próxima segunda… E na próxima… Afinal, são sete pontos de vantagem.

E o Palmeiras precisará se recuperar para assumir pelo menos o papel de principal perseguidor. Após o jogo de domingo, as comparações do Botafogo não eram mais com o Arsenal, eram com o Leicester (e isso é um elogio), o pequeno time da Premier League que sustentou a dianteira e foi o campeão mais improvável deste século nas grandes ligas.

Porém os botafoguenses devem estar preocupados com a ameaça iminente. E não é o Grêmio, novo vice, ou Flamengo, em terceiro; o perigo vem das Arábias, e o alvo é Luís Castro.

Round 38 - Restam 10

Nada como duas rodadas em cinco dias logo depois de uma Data Fifa para sacudir o nosso querido jogo do extermínio de professores. Foram mais dois eliminados antes mesmo do início do round 12, coitadinhos. Com a saída de Odair Hellmann, do Santos, e de Maurício Barbieri, do Vasco, os importados voltaram a folgar na dianteira entre os sobreviventes: Brasileiros 4 x 6 Estrangeiros. E a série ganha mais um morto-vivo, Paulo Turra, morto no Athletico-PR, ressuscitado no Santos. E ainda não chegamos à metade da maratona.

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