Quatro times de mesmo nível técnico ou próximo decidem o título da Libertadores.
Contra o Boca, além de outros fatores, faltou ao Cruzeiro, o que é comum nas equipes brasileiras, incluindo a seleção, equilíbrio emocional e lucidez nas escolhas em jogos decisivos. Os jogadores entram muito pilhados.
A expulsão de Dedé, quando o Cruzeiro precisava de mais um gol, foi equivocada ou rigorosa. Desde o início, o árbitro marcou várias faltas do zagueiro, principalmente quando ia ao ataque. Parecia uma implicância com Dedé.
Houve, provavelmente, um desejo oculto, inconsciente, um gesto de solidariedade ao árbitro do jogo anterior, desmoralizado pela decisão da Conmebol, que, na tentativa de corrigir o grave erro da expulsão de Dedé, permitiu a presença do zagueiro na segunda partida, uma mudança de uma regra fundamental do futebol.
Na Liga dos Campeões da Europa, Messi e Neymar deram show. Neymar contrariou o receio que eu tinha, de que ele se inibisse após os memes e deixasse de tentar as jogadas individuais, para evitar os chiliques e os cai-cais.
Ele mostrou todo seu imenso e excepcional repertório. Cada lance magistral de Messi foi mais um registro, uma marca para a posteridade, para a eternidade.
Na goleada por 6 a 1 sobre o fraco Estrela Vermelha, PSG e Neymar mudaram a maneira de jogar.
No jogo anterior, na derrota para o Liverpool, Neymar atuou da esquerda para o centro, como faz habitualmente. Contra o time sérvio, ele jogou pelo centro, uma mistura de meia de ligação com segundo atacante.
O Barcelona também mudou o time e o sistema tático na vitória em Londres por 4 a 2 sobre o Tottenham.
Arthur, que jogou bem, escalado desde o início, atuou no meio-campo, no lugar de Coutinho, que passou a jogar avançado, pela esquerda, onde atua melhor.
As mudanças no PSG e no Barcelona ajudam Tite a criar opções para a seleção, que poderia jogar com dois volantes (Casemiro e Arthur), Coutinho e Douglas Costa ou Willian pelos lados, Neymar pelo centro, mais o centroavante Firmino. Na Copa, Neymar, pela esquerda, não voltava para marcar. Coutinho, pela meia esquerda, avançava e também não recompunha, deixando Marcelo desprotegido.
O Manchester United vive um mau momento. O técnico Mourinho está em desavença com Pogba. Mourinho quer que Pogba jogue como o razoável Fellaini, seu xodó, e Pogba quer jogar como um craque, que ele é. Falta a Pogba não tentar o passe impossível, para não perder a posse de bola.
Apesar do reconhecimento, pela eficiência de Mourinho, com tantos títulos conquistados, muitos o criticam, com razão, pelo excessivo pragmatismo e comportamento provocativo e exibicionista.
Não há dúvidas de que ele é muito bom técnico, mas, como existem dezenas de fatores envolvidos nos resultados e nas atuações das equipes, principalmente a qualidade dos jogadores, muitos técnicos inferiores ganham mais títulos que os superiores.
Isso ocorre também com os craques, pois os que jogam em times mais campeões são mais reconhecidos.
Quando relativizo e critico o endeusamento dos técnicos, os comentários prontos e o exagero do uso das estatísticas para compreender o futebol, não nego a enorme importância dos treinadores, da ciência esportiva, do planejamento e de tantos detalhes técnicos e táticos. Apenas defendo uma postura mais crítica em relação às avaliações habituais e às práticas tendenciosas e extremistas.
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