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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Apesar de planejadas, partidas de futebol estão à mercê dos imprevistos

A incerteza do esporte não é motivo para não se analisar detalhes estratégicos

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Enfim, a seleção brasileira teve uma excelente atuação coletiva e individual, na goleada por 4 a 1 sobre o Uruguai. Todos jogaram bem, especialmente Neymar, Raphinha e Paquetá.

Neymar atuou como um segundo atacante, mais perto da área, para finalizar e dar belíssimos passes. Ali é seu lugar. Raphinha e Paquetá, pelos lados, atacavam com habilidade e voltavam rapidamente, para marcar com os dois volantes.

No Brasileiro, a novidade, mais do que esperada, foi Rogério Ceni de volta ao São Paulo. Hernán Crespo, que empolgou no início os torcedores e a imprensa, é mais uma consequência da supervalorização dos treinadores, nas vitórias e nas derrotas, como se tudo o que acontecesse em uma partida fosse fruto, principalmente, dos erros e acertos dos técnicos.

O técnico Hernán Crespo comanda equipe do São Paulo contra o Fluminense, pelo Brasileiro
O técnico Hernán Crespo comanda equipe do São Paulo contra o Fluminense, pelo Brasileiro - Alexandre Loureiro/Reuters

Apesar de ser um jogo científico, planejado, ensaiado e com variados talentos individuais, uma partida, com frequência, principalmente entre times do mesmo nível, se passa em um mar aberto, agitado, traiçoeiro, à mercê dos imprevistos.

A relatividade e as incertezas do futebol não são motivos para não se tentar analisar os detalhes estratégicos. Temos de tentar compreender o que se passa na cabeça dos treinadores e no campo.

No empate por 0 a 0 entre Cruzeiro e Botafogo, pela Série B, Luxemburgo, aos 15 minutos do segundo tempo, colocou o garoto Vitor Roque, de 16 anos, e o substituiu aos 33. Jogou 18 minutos. Estranho. O técnico disse que foi por cansaço. Mais estranho ainda. Alguns analistas deram a justificativa para a saída do jovem que o lado direito defensivo ficou desprotegido. Continua estranho, já que Vitor Roque entrou para dar mais agressividade e ofensividade.

Luxemburgo recebeu o terceiro cartão amarelo. Ele disse que havia um complô para tirá-lo do banco de reservas no próximo jogo. Continua estranho. Seria mais um delírio faraônico, narcisista, do técnico, por se achar o Pelé dos treinadores e como se ele tivesse a chave mágica para ganhar as partidas?

Não há dúvidas que Luxemburgo faz bom trabalho no Cruzeiro. Melhorou o desempenho, e a equipe tem uma média de mais ou menos 58% de aproveitamento. É bom, mas não é excepcional, como falam seus admiradores.

Seria, se fosse 72%, o que levaria o time à primeira divisão, como ocorre com o técnico Enderson Moreira, após ser contratado pelo Botafogo. Enderson, recentemente, foi demitido do Cruzeiro. No futebol, o sucesso e o fracasso são relativos.

Absurdos

O Congresso aprovou a Lei da Improbidade, ou melhor, da Impunidade Administrativa. É mais um capítulo da destruição do combate à corrupção que ocorre no país. Outro capítulo é a tentativa dos políticos de tirar a autonomia e a independência do Ministério Público. Corruptos, sem leis, tornam-se mais corruptos.

No futebol, continua o absurdo de haver jogos, no mesmo período, do Brasileiro e das seleções. Isso só ocorre no Brasil. Outro absurdo é a CBF, que já teve vários presidentes processados por corrupção, ter o atual afastado por assédio sexual.

Absurdos também são as partidas tão tumultuadas no Brasil, com excesso de faltas, de pontapés, de reclamações e de ofensas dos jogadores aos árbitros e auxiliares, com a omissão e/ou a cumplicidade de vários treinadores. A violência no campo atingiu o máximo, com a agressão criminosa de um jogador ao árbitro, na segunda divisão do Campeonato Gaúcho.

Absurdo ainda maior é o país ter um presidente negacionista, sem preparo para o cargo.

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