Segundo o DeltaFolha, diminuiu em 28%, neste ano, a troca de treinadores no Brasil, na comparação com 2020. Com exceção de Flamengo e Internacional, que procuram treinadores, e do Fluminense, que já fez a mudança, as outras principais equipes do futebol brasileiro continuarão com os mesmos técnicos. Isso é ótimo. Os treinadores precisam de tempo para formar bons conjuntos.
O Flamengo tenta, desesperadamente, contratar Jorge Jesus. Se ele voltar, e o time repetir o sucesso de 2019, o treinador ganhará uma estátua de ouro, à altura do narcisismo do técnico e do presidente. Se o Flamengo não tiver o mesmo desempenho e resultados, o que será o mais provável, Jorge Jesus será dispensado e exorcizado.
Somente dessa forma, o clube se libertará do fantasma do técnico, já que nenhum outro treinador correspondeu à expectativa dos torcedores e do clube. A relação é neurótica, de extrema dependência, como se o Flamengo fosse um pretendente amoroso obsessivo, que não aceita a ausência do outro.
Se não der para trazer Jorge Jesus, o Flamengo, assim como o Inter, tentará contratar um técnico português, ainda mais depois do sucesso de Abel Ferreira no Palmeiras. Portugal se tornou um centro de formação de treinadores na Europa. São acadêmicos e científicos, o que não significa que todos sejam iguais e competentes.
A contratação de um bom treinador depende de muitos fatores técnicos e também do acaso, já que muitos, com as mesmas condições e condutas, em pequenos intervalos, brilham e fracassam em uma mesma ou em diferentes equipes. Além disso, mais importante ainda que o treinador é a formação de um ótimo elenco.
Para muitos, a grande contratação de um técnico é a que deu certo. Futebol não é assim tão relativo. Porém, vive de contradições. Ao mesmo tempo que os clubes possuem ótimas condições científicas para escolher bem, costumam tomar decisões empíricas, como a de repetir o que deu certo em outra época, mesmo com a evolução. Outras vezes, usam de observadores, olheiros, que viajam para assistir a um jogo, como no passado. Mais grave ainda são as escolhas tendenciosas, interesseiras, de troca de favores, uma praga que assola o país.
Um lugar-comum no futebol brasileiro é dizer, quando se quer valorizar um treinador, que ele tem o comando do vestiário, algo nebuloso, mesmo sem ver o que acontece lá dentro. Outro chavão é falar que o técnico ex-jogador entende a linguagem dos boleiros, como se todos fossem iguais. Esses clichês atravessam o tempo e são repetidos como eternas verdades.
Evolução
Vinicius Júnior, no Real Madrid, teve enorme evolução técnica. Passou de um rápido driblador para ser destaque mundial. Agora, passa, dribla e finaliza, com lucidez, precisão e no momento certo. Ele aprendeu tudo isso ou descobriu o que já sabia, mas não sabia que sabia? Certamente, teve a ajuda do excelente e experiente técnico Carlo Ancelotti e do companheiro Karim Benzema, um craque, que é uma mistura de centroavante armador e finalizador.
Coisas boas da vida
Apesar da quarentena de quase dois anos, do vírus que não vai embora, das incertezas do país, da absurda quantia aprovada pelo Congresso para o fundo eleitoral e de problemas de saúde, muito bem resolvidos, tive, no Natal, novamente a alegria de estar junto a pessoas que amo, inspirações de minha existência e de minha insistência, para desfrutar e sonhar com as coisas boas e as belezas da vida.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.