Após a goleada por 4 a 0 sobre o Paraguai, tive dois olhares, sentimentos. Um de prazer e de esperança, com as ótimas atuações individuais e coletivas. Outro de prudência, por causa da enorme fragilidade do adversário, apático, porque não tinha mais chance de ir ao Mundial.
Quando meias e atacantes dribladores, hábeis, velozes, como os do Brasil, encontram facilidade, exibem todo o repertório, ainda mais quando termina em gols. São os artistas da bola, representantes do futebol arte, que encantou o mundo.
Porém, não é só isso. Os grandes times brasileiros, desde os anos 1960, eram espetaculares e vitoriosos, porque uniam a habilidade com a técnica, a improvisação com a disciplina tática, o passe com o drible, a inspiração com a transpiração, a prosa com a poesia. Não existe arte sem técnica e sem dedicação.
O futebol brasileiro, mesmo com a modernização, continua sendo exaltado pelos dribles e pelos gols, mas se esquece da importância do jogo coletivo, do passe e do domínio do jogo. Os gols são construídos desde a defesa. Nos 7 a 1, a Alemanha não deu um drible, ou quase isso.
Contra o Paraguai, Couto, como é chamado por Tite, atuou como sabe, mais perto da área adversária, onde dribla e finaliza muito bem. Paquetá mostrou, mais uma vez, que é também um bom meio-campista, capaz de atuar de uma intermediária à outra. Daniel Alves ia para o meio, para armar as jogadas ao lado do volante Fabinho, e Paquetá avançava como um meia ofensivo. É o modelo do Manchester City, que faz isso, com frequência, dos dois lados.
Tite, contra seleções mais fortes, vai usar Daniel Alves mais pelo meio, deixando espaços para o adversário na lateral? Raphinha terá de correr, durante toda a partida, para frente e para trás, para ajudá-lo. O excepcional Marquinhos terá de ser zagueiro e lateral. Contra as principais seleções europeias, Tite vai jogar com apenas um volante, Casemiro, sem Fred ao lado? Por que não? No Manchester City, funciona muito bem, porque a equipe pressiona e recupera muito rápido a bola. O Brasil fez o mesmo contra o Paraguai. Fará contra um grande adversário? Por que não?
Há outras opções e soluções, com a de jogar com Paquetá adiantado, como fez muitas vezes no Lyon, formando dupla com Neymar. Paquetá é inteligente, rápido e preciso na troca curta de passes, em pequenos espaços.
Tite aprendeu com os erros e com os imprevistos da Copa de 2018. Por isso e pela ascensão de alguns jogadores, como Vinicius Junior, Raphinha e Paquetá, aumentaram minhas esperanças de que o Brasil possa jogar um futebol bonito e eficiente e conquistar o título mundial.
Demissões
O Corinthians jogava bem, ganhava do Santos por 1 a 0, e tudo mudou em cinco minutos. O garoto Marcos Leonardo fez um bonito gol, e o zagueiro do Corinthians cometeu um bisonho pênalti. Dois lances individuais e o inesperado mudaram a história da partida. Os torcedores e as redes sociais pediram a saída de Sylvinho, a imprensa repercutiu, e a diretoria acatou.
Os próximos alvos são Rogério Ceni e Abel Braga. Já começaram os protestos e as discussões nos programas esportivos. Os diretores já estão de plantão.
Mundial de Clubes
O Chelsea é a melhor equipe, mas, em um campeonato tão curto, não será zebra se o Palmeiras, ou até outro time, conquistar o título. O Palmeiras se preparou melhor, e a expectativa é que a equipe, mesmo se for eliminada na semifinal, jogue com mais qualidade que no ano passado.
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