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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Todos querem brilhar na Copa, mas Messi e Neymar querem ainda mais

Argentino pode se consolidar como segundo maior da história

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As três seleções mais citadas para conquistar a Copa do Mundo são França, Brasil e Argentina. Concordo, mas há outras candidatas ao título: Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Portugal, Espanha e Holanda.

Diferentemente de tantas outras competições, com jogos classificatórios espalhados pelo planeta, em que várias vezes times médios ganham títulos, nunca houve uma zebra em Mundiais. Seria coincidência, ou as grandes seleções se preparam com mais seriedade?

A França possui a melhor dupla de atacantes do mundo, formada por Mbappé e Benzema, que se completam por suas características. Seria como se a Argentina tivesse dois Messis, ou o Brasil, dois Neymares. A França, como o Brasil, possui também dois pontas rápidos e dribladores, Dembélé e Coman. Mas não terá o volante Kanté, que costuma estar em todas as partes do campo, nem, provavelmente, o criativo Pogba, contundidos. Farão falta. O Brasil possui também zagueiros e goleiro superiores aos da França.

Messi e Neymar celebram gol do PSG na Liga dos Campeões - Geoffroy van der Hasselt/AFP

A França tem outro problema, ser a atual campeã do mundo. Apenas o Brasil, em 1958 e em 1962, e a Itália, em 1934 e em 1938, ganharam duas Copas seguidas. Há 60 anos isso não acontece. Não deve ser por acaso. Os campeões costumam relaxar, achar que já fizeram história. Além disso, alguns jogadores que brilharam em um Mundial, por causa do prestígio, costumam ser escalados na Copa seguinte, mesmo sem estar em forma. Isso foi muito nítido no Mundial de 1966, quando o Brasil foi eliminado na primeira fase.

A França costuma jogar com três zagueiros e dois alas, formando uma linha de cinco na defesa. Do meio para a frente, o posicionamento varia muito. Às vezes, contra seleções mais fracas, o técnico costuma escalar pontas rápidos como alas.

A Argentina, além de Messi, possui bons jogadores em quase todas as posições, mas Brasil e França têm um número maior de destaques mundiais. Argentina e Brasil adotam táticas parecidas, jogam com uma linha de quatro defensores e marcam com quatro no meio-campo, dois volantes e dois jogadores abertos, que recuam. Porém o Brasil tem pontas rápidos e abertos, enquanto os jogadores de lado da Argentina são mais armadores, Di María, pela direita, e Lo Celso, pela esquerda.

Diferentemente do Brasil, que usa muito as jogadas de velocidade pelos lados e tem uma transição mais rápida da defesa para o ataque, a Argentina agrupa mais os jogadores do meio-campo, para trocar passes e envolver o adversário. Messi recua e forma com os outros quatro, os dois volantes e os dois meias pelo lado, um quinteto pelo centro.

Todos os jogadores querem brilhar na Copa e ser campeões. Porém Messi e Neymar querem ainda mais. Em seu último Mundial, Messi quer brilhar intensamente e ser campeão pela Argentina. Se isso ocorrer, consolidará seu prestígio de segundo maior jogador da história, abaixo somente de Pelé, à frente de Maradona, mesmo para os argentinos.

Em uma recente votação feita por uma revista inglesa, Neymar e Messi ficaram fora da lista dos 30 melhores deste ano, o que é incompreensível. Em outra votação, Pelé, que completou 82 anos dias atrás, ficou em quarto lugar na relação dos melhores da história. Um absurdo. Será que, quando não existir mais alguém que tenha visto Pelé jogar ao vivo, pela TV ou no campo, diminuirá bastante o prestígio do Rei? Será que neste novo mundo tecnológico a relação do ser humano com o tempo e com a eternidade vai ser alterada?

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