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Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina.

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Luxemburgo e Felipão deveriam repensar seus conceitos

Eles preferem as estratégias a que estão acostumados, mas modernidade não tem idade

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Há várias estratégias para vencer e marcar o adversário.

O Corinthians, contra o Estudiantes pela Copa Sul-Americana, mesmo com o apoio de sua imensa e fiel torcida, priorizou a marcação mais recuada sem pressionar o adversário em nenhum momento. Se foi assim em casa, fará uma retranca na Argentina, ainda mais com a vantagem de um gol. Como possui um excepcional goleiro e ótimos zagueiros, pode dar certo. Por outro lado, se ficar muito acuado, correrá risco de levar dois gols, como ocorreu contra o São Paulo, na eliminação da Copa do Brasil.

Pela Libertadores, o Inter, dirigido por Coudet, um técnico que gosta de pressionar o outro time, mudou acertadamente a maneira de jogar contra o Bolívar, em La Paz, por causa da altitude. O Inter recuou a marcação e, quando recuperava a bola, não tinha pressa em contra-atacar. A vitória por 1 a 0 é uma enorme vantagem.

O Fluminense tem evoluído. Antes, quando avançava e perdia a bola, deixava grandes espaços na defesa. Agora, se não dá para pressionar, a equipe se recompõe rapidamente para proteger os zagueiros. Na vitória por 2 a 0 sobre o Olimpia, no Maracanã, Fernando Diniz mudou também a forma de atacar ao escalar uma dupla de atacantes e dois pontas abertos, posicionais, em vez de aproximar os jogadores sem posições fixas. Essa alteração tática contribuiu bastante para a vitória. É a maneira de que joga o Manchester City.

Funcionou a estratégia do Fluminense contra o Olimpia - Mauro Pimentel - 24.ago.23/AFP

O Palmeiras prefere uma marcação intermediária, equilibrada, sem pressionar nem recuar. O time é ofensivo e defensivo. A atuação foi belíssima na goleada por 4 a 0 sobre o Deportivo Pereira, na Colômbia. Abel Ferreira escalou Marcos Rocha de lateral e Mayke na ponta direita, como já tinha feito em outras partidas. A intenção de Abel, que funcionou muito bem, era fazer mais jogadas pelo lado direito, já que Arthur é um ponta que entra pelo meio.

Marcos Rocha e Mayke são muito bons, e um deles poderia ter sido convocado para a seleção, pela ausência de um grande lateral. Eu escolheria Marcos Rocha, que tem sido reserva no Palmeiras. Ele, por ter um ótimo passe, teria mais chances de atuar na seleção no mesmo nível técnico em que joga no time paulista.

Quase todas as equipes do mundo, mesmo as pequenas da Inglaterra, adotam marcação por pressão, pelo menos em alguns períodos do jogo. É uma evolução do futebol. No Brasil ela ainda não é executada com frequência e regularidade. Alguns treinadores mais veteranos, como Luxemburgo e Felipão, têm dificuldades em adotá-la, pois preferem as estratégias a que estão acostumados e que muitas vezes deram certo. Isso não anula outras virtudes desses treinadores. Porém deveriam repensar seus conceitos. A modernidade não tem idade.

Luxemburgo tem dificuldade em adotar marcação alta - Nelson Almeida - 1º.ago.23/AFP

Explicações

O médico da seleção brasileira, Rodrigo Lasmar, deveria explicar se Neymar, convocado para dois jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, tem condições de atuar. O técnico do Al Hilal, Jorge Jesus, falou que não há nenhuma possibilidade. A CBF precisa ter um coordenador para comandar a comissão técnica e a logística da seleção.

Treinadores, dirigentes e membros das comissões técnicas dos times e das seleções precisam dar explicações de suas condutas ao público por intermédio da imprensa. Ninguém do Botafogo explicou a razão da escalação da maioria dos reservas contra o Defensa y Justicia, no empate por 1 a 1, pela Copa Sul-Americana. O Botafogo tem condições de ganhar o Brasileirão e o torneio continental. O empate e o mau desempenho frustraram a torcida.

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