Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities

Milho e carnes salvam balança comercial do agronegócio

Exportações superam estimativas iniciais e melhoram saldo comercial

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

As expectativas para a balança comercial de 2019 não eram animadoras no início deste ano, principalmente devido às estimativas de queda nas receitas com soja.
  
O recuo houve, mas não com a intensidade prevista. Até novembro, o saldo da balança comercial do setor ficou em US$ 77 bilhões, não muito distante dos US$ 80 bilhões de igual período do ano passado.
 
O alívio veio do milho, cereal que já somou receitas de US$ 6,7 bilhões neste ano, 103% mais do que de janeiro a novembro de 2018.

 
O aumento das receitas deve-se basicamente ao volume recorde exportado, uma vez que o país já colocou 39 milhões de toneladas do cereal no mercado externo. O ritmo das exportações continua acelerado em dezembro.
  
Além da forte demanda externa, os preços internacionais do cereal também cooperam com os exportadores brasileiros. Neste mês, a tonelada de milho está sendo negociada a US$ 177, um valor 5% acima do de novembro. O Irã teve uma participação importante nas importações do cereal.
  
A balança comercial recebeu, ainda, um bom impulso das carnes. Assim como no caso do milho, as exportações de proteínas também surpreenderam neste ano.
  
As vendas externas atingiram US$ 15 bilhões até novembro, 11% mais do que em igual período do ano passado. A China foi a principal responsável por esse aumento.
  
Mesmo assim, devido à redução nas importações de soja, a participação chinesa nas exportações do agronegócio brasileiro recuaram para 32% neste ano, após ter atingido 36% em 2018.
 

A pressão que vem do campo


A primeira prévia do IGP-M continua a indicar uma aceleração inflacionária vinda do campo. O período, também chamado de primeiro decêndio, compara os preços médios de dez dias (21 a 30 de novembro) com os dos 30 anteriores (21 de outubro a 20 de novembro).
 
A principal elevação do período foi a do feijão, que ficou 32% mais caro nas negociações no atacado. A arroba do boi no pasto e a carne bovina nos açougues também mantiveram tendência de alta.
 
O boi subiu 21% no período, e a carne bovina ficou 20% mais cara. Parte dessas altas ainda vão para o bolso dos consumidores.
 
Os dados são da Fundação Getulio Vargas, que aponta alta também nos preços da soja. A elevação dos preços em Chicago e o câmbio favorável às exportações acabam influenciando também os preços internos, mas afetando a rentabilidade no setor, segundo as indústrias processadoras de soja.
  
A indústria paga mais pela oleaginosa e tem de cobrar mais pelo farelo de soja exportado, para compensar a alta da matéria-prima.
  
Com isso, o país perde competitividade em alguns mercados para o produto americano e argentino, como ocorre na Europa.
  
A alta de alguns produtos agrícolas intensifica-se também no varejo. A pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas) desta terça-feira (11) mostra aumento de 17% nos preços da carne bovina nos últimos 30 dias, em relação aos 30 imediatamente anteriores.
  
No mesmo período, a carne suína subiu 9,5%, e a do frango, 9% na cidade de São Paulo.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.