Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu inflação

Agropecuários acumulam alta de 51% em 12 meses no atacado

Pesquisa da FGV mostra que Índice de Preço por Atacado do IGP-M subiu 5,4% só no primeiro trimestre

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Os preços dos produtos agrícolas continuam elevados e espalham pressão de alta para todos os demais setores da economia.

Nos últimos 12 meses, as matérias-primas básicas da agropecuária tiveram alta acumulada de 51,18% no atacado, conforme dados do IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) da FGV.

Esse índice serve de base para reajustes de preços de diversos setores, que, mesmo não tendo relação com a agropecuária, acabam sofrendo seu efeito.

A alta do índice reflete os preços recordes ocorridos no campo, em 2020, e a continuidade deles em 2021. A taxa deste ano do IPA (Índice de Preços por Atacado) do IGP-M poderá não repetir o mesmo patamar de 2020, quando, em novembro, chegou a acumular 62% de aumento em 12 meses. Qualquer alta, no entanto, ocorrerá sobre uma base elevada.

Os produtos agropecuários já subiram 5,37% no primeiro trimestre, acima dos 4,15% de igual período de 2020.

As pressões vêm principalmente de soja, milho e carnes. O milho, que subiu 94% no ano passado no atacado, já acumula elevação de 11% nos três primeiros meses deste ano. A soja, que acumulou 86% em 2020, atingiu 6,44% no período.

Os preços no campo não dão sinais de retração. A soja, mesmo com previsão recorde de produção de 135 milhões de toneladas, mantém alta em plena safra. Boa parte da leguminosa já foi comercializada no ano passado.

O milho, cuja previsão recorde de produção é de 108 milhões de toneladas, tem demanda intensa tanto interna como externamente.

Os produtores, que colocavam como meta, mesmo não acreditando muito, vender milho a R$ 100 por saca; soja a R$ 200, e a arroba de boi a R$ 300, não erraram por muito.

A arroba, inclusive, já ultrapassou esse valor, e foi negociada, nesta terça-feira (30), a R$ 315. A soja está em R$ 172, em Paranaguá, e o milho, a R$ 94 na região de Campinas, segundo o Cepea.

A permanência dos preços dos grãos em patamar elevado aumenta os custos da produção das carnes e coloca as proteínas ainda mais perto do mercado externo, uma vez que, internamente, a renda está restrita.

No ano passado, as maiores pressões nos preços ocorreram no segundo semestre. De setembro a novembro, a soja subiu 47% no atacado; o milho, 55%, conforme os dados do IPA da FGV.

Os números do IGP-M começam a apresentar, no entanto, um dado preocupante para o produtor. O fertilizante, que havia subido 15,8% em fevereiro, aumentou 14,3% em março no atacado.

Negócios A Alvean, joint venture entre Copersucar e Cargill, passará, em definitivo, para as mãos da Copersucar. A Alvean é uma trading líder mundial no mercado de açúcar. A transação depende do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Renda fraca A queda nas vendas de produtos lácteos está afetando a comercialização de leite no campo. A retração do consumo fez com que as indústrias pagassem menos pelo produto.

Mesmo com queda... O leite entregue pelos consumidores no mês passado, e pago neste, teve queda de 2,5%, segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O preço médio nacional recuou para R$ 1,9384 por litro, e já acumula retração real de 9,8% no ano.

...ainda recorde Apesar da queda, o valor médio pago é recorde para os meses de março, superando em 28,3% o registrado no mesmo período de 2020.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.