Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Vaivém das Commodities
Descrição de chapéu Agrofolha inflação juros

Preço dos alimentos cai mais no Brasil do que lá fora

Queda no campo é de 11% no trimestre, bem acima do recuo internacional de 3,3% apontado pela FAO

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Os preços internos dos produtos agropecuários estão com uma desaceleração maior do que os externos. No segundo trimestre deste ano, a redução nominal do IPPA, um índice que mede o comportamento dos preços pagos ao produtor em quatro categorias de produtos, foi de 11,4% internamente.

Os preços internacionais dos alimentos, medidos pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), tiveram redução de 3,3%. Neste mesmo período, os produtos industriais, averiguados pelo IPA (Índice de Preços por Atacado Oferta Global), da FGV, caíram 3,8%, e a taxa de câmbio recuou 4,7%.

Essa retração dos preços no campo é transferida para o bolso dos consumidores e ajuda a derrubar a inflação. Dados desta quarta-feira (2) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) indicam que a taxa de alimentação de julho teve retração de 1,1% em São Paulo, o maior recuo mensal registrado em seis anos.

Feira em São Paulo; preços internos dos produtos agropecuários estão com uma desaceleração maior do que os externos - Miguel Schincariol - 25.ago.2022/AFP

O acompanhamento interno de preços é do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que, devido à queda acentuada no segundo trimestre, em relação ao primeiro, aponta uma retração acumulada de 13,3% nos preços do primeiro semestre, em comparação aos de igual período de 2022.

De janeiro a junho, os preços internacionais dos alimentos desaceleraram 16,2%, segundo a FAO, e os industriais, 3,4% no Brasil. A taxa de câmbio ficou estável.

O índice calculado pelo Cepea teve uma queda intensa no semestre, basicamente devido ao setor de grãos, cuja retração foi de 20,6%. Neste grupo, são considerados os preços de algodão, arroz, milho, soja e trigo.

Algodão e soja lideraram as quedas nominais no semestre, com recuos de 37% e 21%, respectivamente. Milho e trigo, com quedas de 20% e 17%, vieram a seguir.

Na pecuária, que inclui o acompanhamento de preços de boi gordo, frango, suínos, leite e ovos, a queda acumulada no semestre foi de 4,5%, puxada pelas retrações da arroba do boi (menos 19%) e do frango (menos 15%).

No segundo trimestre, em relação ao primeiro, o destaque foi a queda de 13% nos preços dos suínos.

No índice que mede café e cana, a retração nominal foi de 8,8% de janeiro a junho, em comparação com igual período de 2022. Essa desaceleração foi influenciada pelas quedas de 20% no preço do café e de 2,4% no da cana.

O único grupo que teve aumento foi o do IPPA Hortifrutícolas. Banana, laranja e uva, produtos que tiveram boa valorização no primeiro semestre, permitiram uma aceleração de 13% no índice. Neste grupo, o Cepea acompanha os preços de batata, tomate, banana, laranja e uva, produtos que representam 60% do valor bruto do setor.

No supermercado Os preços dos alimentos caíram 1,10% em julho, a maior taxa mensal de recuo desde agosto de 2017. No acumulado do ano, a alta é de 0,28%; e, em 12 meses, de 1,84%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

Líder Uma das principais quedas no índice é o óleo de soja. Nos sete primeiros meses deste ano, o produto recuou 29%, um percentual, porém, bem inferior aos 164% de alta dos quatro anos imediatamente anteriores.

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