Vaivém das Commodities

A coluna é assinada pelo jornalista Mauro Zafalon, formado em jornalismo e ciências sociais, com MBA em derivativos na USP.

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Descrição de chapéu alimentação

Açúcar, café e algodão embalam exportações do agronegócio no ano

Soja exporta mais e mantém liderança no semestre, mas preços externos caem

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Mesmo com a queda média dos preços dos produtos agropecuários no mercado internacional, as receitas do setor com as exportações se mantêm neste ano.

A exportação dos principais produtos relacionados ao agronegócio esteve em US$ 15 bilhões em junho, acumulando US$ 70 bilhões no semestre. Ásia e União Europeia perdem espaço, enquanto América do Norte, Oriente Médio e África aumentam as importações do Brasil no semestre.

Lavoura em época de colheita e secagem dos grãos de café em fazenda produtora na região da Alta Mogiana, em Ibiraci, sul de Minas Gerais
Lavoura em época de colheita e secagem dos grãos de café em fazenda produtora na região da Alta Mogiana, em Ibiraci, sul de Minas Gerais - Igor do Vale/Folhapress

Açúcar, café e algodão embalam as exportações do ano devido ao aumento de preços ou de volume colocado no mercado externo. As receitas com algodão já chegam a US$ 2,7 bilhões, 211% a mais do que de janeiro a junho de 2023.

As exportações de café atingiram 24,3 milhões de sacas neste ano, com receitas de US$ 5,3 bilhões. Tanto volume como receitas financeiras tiveram evolução de 50% no ano. Durante toda a safra de 2023/24 (julho a junho), as exportações somaram o recorde de 47,3 milhões de sacas, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os líderes da balança comercial do agronegócio, no entanto, continuam sendo negociados com valores menores. A soja, mesmo com o aumento das exportações para 64 milhões de toneladas no ano, rende US$ 27,9 bilhões, 16% a menos do que em igual período do ano passado. Acompanhamento da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indica uma retração de 18% nos preços da oleaginosa no mercado externo.

Já o açúcar, que soma receitas de US$ 8,8 bilhões no ano, tem elevação média de 9% nos preços médios de janeiro junho, em relação a igual período do ano passado.

As carnes, ao contrário, caem 9%, mas as exportações somam US$ 11 bilhões, praticamente o mesmo valor do ano passado devido ao aumento do volume vendido, principalmente no caso da carne bovina.

O milho, após o recorde de vendas em 2023, quando o país assumiu a liderança mundial, terá participação menor no mercado internacional. As exportações brasileiras deste primeiro semestre são 44% inferiores às de 2023.

Os agentes do mercado de arroz, cereal que esteve em evidência nas últimas semanas com a promessa do governo de efetuar compras externas, se encarregam de elevar as importações. Os gastos do ano somam US$ 356 milhões, 47% a mais do que de janeiro a junho do ano passado, segundo a Secex.

O país gasta mais também com a compra externa de trigo, que já atinge 3,4 milhões de toneladas, 62% a mais do que no primeiro semestre do ano passado. Em 2023, o Brasil tinha estoques maiores do cereal, após a safra recorde de 2022. Neste ano, deverá voltar a importar próximo de 6 milhões de toneladas devido à frustração da safra de 2023 e problemas na atual.

O agronegócio aumenta a importação de insumos, mas paga menos pelos produtos. O volume de fertilizante que entrou no país subiu 6% no primeiro semestre deste ano, mas os gastos caíram para US$ 5,4 bilhões, 24% a menos.

As compras de agrotóxicos, conforme os produtos classificados pelo Ministério da Agricultura, tiveram alta 74% no ano, ao atingir 252 mil toneladas. Os gastos ficaram estáveis em US$ 1,7 bilhão.

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